Sereia de Ouro 2009 HOMENAGEM
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- 28-09-2009
26.09.2009 Pág. 22 Cidade
Reconhecimento à inteligência
Troféu Sereia de Ouro foi entregue em solenidade realizada ontem, no Theatro José de Alencar
Quatro personalidades cearenses que conquistaram destaque em âmbito nacional e internacional foram homenageados ontem na 39ª edição do Troféu Sereia de Ouro. O desembargador Fernando Ximenes, a escritora e historiadora Isabel Lustosa, o padre Fred Solon e o empresário Honório Pinheiro receberam os Troféus em solenidade realizada no Theatro José de Alencar, que estava especialmente decorado para a ocasião.
O desembargador Fernando Ximenes recebeu a comenda das mãos do governador do Estado, Cid Gomes. O prêmio da escritora e historiadora Isabel Lustosa foi entregue pelo ministro Ubiratan Aguiar, do Tribunal de Contas da União (TCU). Coube ao ministro da Previdência Social, José Pimentel, entregar o Troféu ao padre Fred Solon. Das mãos do desembargador Ernani Barreira, presidente do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), o empresário Honório Pinheiro recebeu sua comenda.
Em seu discurso, a presidente do Grupo Edson Queiroz, Dona Yolanda Queiroz, destacou os valores dos agraciados que os fizeram dignos de receber a homenagem. “A galeria dos sereiados apresenta um perfil abrangente do caráter e da genialidade do povo cearense, podendo-se dizer que uma grande parte da história do Estado é traçada pelas realizações das personalidades detentoras do Troféu”.
Representando os sereiados, o desembargador Fernando Ximenes enalteceu o amor ao trabalho, característica que, segundo ele, era marcante no Chanceler Edson Queiroz, criador do Troféu Sereia de Ouro. “Edson Queiroz, sem dúvida, foi uma pessoa que lutou a vida inteira pelo progresso de sua terra e de sua gente. Dentre seus inúmeros empreendimentos, quero ressaltar a criação do Sistema Verdes Mares e da Universidade de Fortaleza, esta última, no meu sentir, sua maior obra, a demonstrar sua crença na educação como mecanismo de aperfeiçoamento do ser humano e da Sociedade”.
Ximenes disse receber a homenagem com sobriedade e contentamento. “É um momento especial figurar na galeria de tão ilustres personalidades.
AGRACIADOS
Prestígio na sociedade cearense
Minhas senhoras
Meus senhores
O Troféu Sereia de Ouro tem sido conferido pelo Sistema Verdes Mares, ao longo de 39 anos, a quatro personalidades cearenses que se destacam por seus méritos nas diversas áreas da atividade humana. Ao instituir a comenda, o chanceler Edson Queiroz estabeleceu como critérios para escolha dos agraciados a honradez, o talento e o sucesso profissional, qualidades que constituem um modelo cívico para novas gerações. Dessa maneira, a galeria dos sereiados apresenta um perfil abrangente do caráter e da genialidade do povo cearense, podendo-se dizer que uma grande parte da história do Estado é traçada pelas realizações das personalidades detentoras do Troféu.
O acerto contínuo na escolha dos agraciados conferiu à Sereia de Ouro um prestígio excepcional na sociedade cearense, que aguarda, todos os anos, com expectativa, o anúncio dos sereiados. A solenidade de entrega do Troféu em setembro se consolidou como a festa de congraçamento mais tradicional do Estado, revestida de uma dimensão maior, porque se destina a exaltar o mérito e o trabalho de personalidades que são merecedoras do reconhecimento público.
Como sempre tem acontecido em quase quatro décadas, mais uma vez, a comissão julgadora foi muito feliz na escolha dos sereiados. São eles: escritora Isabel Lustosa, desembargador Fernando Ximenes, padre Fred Solon e o empresário Honório Pinheiro.
Isabel Lustosa é a perspicaz autora de livros consagrados nacionalmente, como “Histórias de Presidentes: a República do Catete”, “Dom Pedro I: um Herói sem Nenhum Caráter” e “O Nascimento da Imprensa Brasileira”. Intelectual que se distingue pela erudição, ela integra o quadro de pesquisadores da Fundação Casa de Rui Barbosa, do Rio de Janeiro, tendo seu trabalho repercussão internacional.
Desembargador do egrégio Tribunal de Justiça do Ceará, Fernando Ximenes foi um dinâmico presidente desse colegiado, depois de exercer várias funções e cargos públicos com dignidade e eficiência. Também dedicou-se à Advocacia e ao Magistério, tendo sido chefe do Departamento de Direito Privado da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará. É autor de livros e artigos jurídicos.
Padre Fred Solon ordenou-se sacerdote em Buenos Aires, de onde foi para Paris, estudar na Universidade de Sorbonne, concluindo sua formação jesuítica na Bélgica. De lá, veio desenvolver trabalho social às margens do Rio São Francisco, na Bahia. Fixou-se, depois, em Fortaleza, como vice-diretor do Colégio Santo Inácio, orientando também os movimentos de casais, universitários e empresários católicos. Seu ardor missionário o levou, em seguida, para Moçambique na distante África. Padre Fred recebeu a grande Ordem dos Guararapes, do Governo de Pernambuco, e foi escolhido o melhor professor do Seminário Teológico do Brasil.
Típico exemplo do “homem que se fez por si próprio”, Honório Pinheiro iniciou a vida profissional em instituição financeira imobiliária e como comerciário. Após se graduar em Administração de Empresas, Direito e Psicologia pela Unifor, tornou-se empresário de sucesso no ramo de supermercados. Destacou-se na Presidência da Câmara de Diretores Lojistas de Fortaleza como líder classista, tendo sido eleito lojista do ano.
Parabéns, ilustres sereiados.
Agradecemos a presença das eminentes autoridades e dos queridos amigos que participam desta solenidade.
Obrigada.
Dona Yolanda Queiroz
Presidente do Grupo Edson Queiroz
OUTORGA
Honraria e responsabilidade
Haver sido escolhido para falar em nome dos homenageados de hoje, mais do que uma honra é uma alegria. Em ocasiões como esta, cabe repetir Roland Barthes, para quem “a honra pode ser imerecida, mas a alegria nunca o é”. Pensando assim, aceitei a indeclinável incumbência, não sem embaraço, diante do reconhecido brilho dos demais laureados, que, por certo, cumpririam melhor semelhante tarefa. Confortam-me, contudo, os versos do poeta Drummond em seu “Canto ao homem do povo – Charles Chaplin”, que, ao saudar o gênio da pantomima, confessa sentir-se como quem manda por via postal “um ramo de flores absurdas ao inventor dos jardins”. Todavia, vislumbro uma vantagem nisto: é que minha missão é facilitada pela rica trajetória de vida dos outros três premiados, que enriquecem e embelezam qualquer discurso.
Inicio minha fala com um texto do poeta Rainer Rilke, que diz: “Cada vez que consideramos algo com garra, com alegria, cada vez que olhamos para distâncias ainda não inauguradas, transformamos não apenas este momento e o seguinte, mas também o passado em nós, o tecemos em nossa existência, dissolvemos o corpo estranho da dor, cuja composição exata não conhecemos”.
Com essas palavras, pretendo celebrar o instituidor desse cobiçado Troféu que hoje recebemos, o inolvidável Edson Queiroz, homem que esteve à frente de seu tempo, que desbravou caminhos nunca outrora palmilhados, e o fez com garra, alegria e muito amor ao trabalho.
Dentre seus inúmeros empreendimentos, quero ressaltar a criação do Sistema Verdes Mares e da Universidade de Fortaleza, esta última, no meu sentir, sua maior obra, a demonstrar sua crença na educação como mecanismo de aperfeiçoamento, tanto do ser humano como da sociedade. Edson Queiroz, sem dúvida, foi uma pessoa que lutou a vida inteira pelo progresso de sua terra e de sua gente; por isso, na classificação de Bertolt Brecht, é considerado um homem indispensável. Lamentavelmente, as Parcas cortaram-lhe prematuramente o fio da vida, tal qual fizeram à Mayra e ao Edson Filho. Consoante ensina outro grande cearense, que também já habita no último andar, onde Cecília Meireles foi morar e “os passarinhos se escondem pra ninguém os maltratar”, o saudoso Dom Helder Câmara, para quem nada disso interessa, pois “o importante não é viver muito ou viver pouco, mas realizar na vida o plano para o qual Deus nos criou. As rosas, a rigor, vivem um dia. Mas vivem plenamente porque realizam o destino de graça e de beleza que vêm tratar à terra”.
Eis aí a máxima tão bem absorvida por Dona Yolanda Vidal Queiroz, que, com sua têmpera e reconhecida altivez, vem dando continuidade à vasta obra de Edson Queiroz, que segue em permanente expansão sob seu comando seguro e de seus filhos Airton, Renata, Lenise e Paula, os quais, fortalecidos pela lição e o exemplo legados por Edson, “não deixaram de crer na vida, de engrandecê-la pela decência, de construí-la pelo trabalho”.
Feito este devido registro, passo a tecer considerações sobre o significado deste momento especial que experimentamos (Isabel, Fred, Honório e eu) de figurarmos na galeria de tão ilustres personalidades que no passado foram agraciadas com o Troféu Sereia de Ouro. Para mim, é honraria que excede as minhas expectativas mais otimistas de reconhecimento de meu desempenho na vida pública. Confesso-me, pois, profundamente envaidecido. Esconder tal sentimento não seria sincero. Porém, percebo, com imensa humildade, que a partir de agora pesa sobre nós agraciados a responsabilidade ainda maior de bem desempenhar o papel social que nos é reservado nesse desafiante teatro da vida, porquanto esta será a melhor forma de agradecermos e legitimarmos a outorga que nos é conferida.
Com efeito, esta premiação há de ser recebida como grande estímulo, para continuarmos a luta pela construção de uma sociedade menos injusta e mais solidária. Afinal, foi por esse ideal que assumimos a aventura de nos lançarmos no espaço público, conscientes de que não se pode viver uma vida inteiramente privada, sob pena de abdicarmos da cidadania e de qualidades fundamentais à existência verdadeiramente humana.
Em seguida, cumpro o dever de falar sobre os agraciados, começando pela escritora e historiadora Isabel Lustosa, e ao fazê-lo, cito Jorge Luis Borges, quando afirma haver pessoas que não podem imaginar um mundo sem pássaros; outras que não podem imaginar um mundo sem água; quanto a ele, seria incapaz de imaginar um mundo sem livros. Assim é Isabel. Nascida em Sobral, sendo o 12º filho de um casal de funcionários públicos, intelectuais e católicos, mantém a tradição literária da família. É a própria personificação do dito popular, segundo o qual “quem sai aos seus não degenera”. Pesquisadora titular da Fundação Casa de Rui Barbosa, cuja atividade se volta para a promoção, em âmbito nacional, da preservação e da pesquisa da memória e da produção literária e humanística brasileira. Dentre seus muitos livros publicados, destaco: “Histórias de Presidentes: a República do Catete”; “Dom Pedro I”; “Brasil pelo método confuso – humor e boemia em Mendes Fradique”. Isabel vem ombrear-se a outras escritoras cearenses, também condecoradas com o Troféu Sereia de Ouro, como Rachel de Queiroz e Ana Miranda. É premiação por demais merecida, porquanto se trata do reconhecimento à inteligência, à beleza, à fibra e ao destemor da mulher cearense. Destarte, todas as mulheres aqui presentes devem sentir-se igualmente honorificadas e representadas na pessoa de Isabel Lustosa, que se fez nacionalmente conhecida pelo seu incomum talento.
Padre Fred Solon é exemplo de vocação tardia, de chamamento divino atendido a desoras, em ambiente mais que mundano. Nem por isso – ou talvez por isso mesmo, como Agostinho, Francisco de Assis ou Fernando que virou Antônio de Lisboa ou de Pádua, que conheceram o mundo e suas misérias antes de renunciar a ele – nem por isso, repito, Padre Fred descurou de seu ministério. Antes, preparou-se intelectualmente, como bom jesuíta, no sul do Brasil, na Argentina, na Sorbonne parisiense e na Bélgica. Seus dotes intelectuais e a facilidade de identificação com os jovens levaram-no ao Colégio Santo Inácio daqui e à pastoral universitária em Recife. Sua vocação missionária exerceu-a em Moçambique, mas também às margens baianas do São Francisco, no Jangurussu, bairro pobre desta Capital de tantos contrastes, e em Joaquim Pires, no interior do Piauí, a cujas comunidades levou serviços sociais e a esperança de dias melhores. Colocou seu apostolado a favor dos mais humildes, os “esquecidos de Deus, esquecidos do mundo”, como diz o poeta Raimundo Correia. Mas, à maneira de um outro poeta, Pablo Neruda, consolou essa gente, proclamando: não estás só, há um padre que pensa em teu sofrimento.
Ainda com relação ao Padre Fred, penso que seu passado boêmio e de vários amores fez bem a seu sacerdócio, permitindo-lhe contemplar hoje com mais serenidade, com mais compassividade e tolerância, a fragilidade humana, a compreender, conforme ensinam as escrituras, que somos um povo santo e pecador. Na expressão de Kant, “apesar do nosso caráter profano, somos sagrados, já que em nós pulsa a humanidade”. Inegável o acerto de sua escolha para se postar no rol dos religiosos exaltados com o Troféu Sereia de Ouro, como Dom Aloísio Lorscheider, Dom Adélio Tomasini, Monsenhor André Camurça, entre outros, que, a exemplo do Padre Fred, souberam realizar cotidianamente as bem-aventuranças evangélicas.
Honório Pinheiro é empresário e líder classista. Passou de executivo eficiente a empresário bem-sucedido. Sua atividade econômica não o afastou dos saberes, de tal maneira que se graduou em Administração de Empresas, Direito e Psicologia, com manifesto interesse em aprimorar seus conhecimentos, acreditando na educação como um meio de desenvolvimento humano e social, o que torna mais admirável ainda sua trajetória de vida. Indiscutível a justeza de sua inclusão na galeria dos sereiados, equiparando-se a muitos outros empresários que no pretérito foram de igual modo contemplados com a mesma sedutora Sereia, que todos sonham um dia receber, inclusive os que não o dizem e também os que o negam.
Quanto a mim, não tenho como falar das razões que levaram meu nome a figurar entre os personagens merecedores de tamanha honraria, até porque são elas incertas à minha visão. Entretanto, como nada ocorre por acaso, só posso imaginar que a intenção dos responsáveis por essa escolha foi enaltecer não a mim, mas a tantos magistrados cearenses, que, ao longo dos anos de exercício judicante, pautaram suas ações pela ética, pela persecução do interesse público, pelo respeito à Constituição e às leis, sempre na busca da realização da Justiça, da paz social, do respeito à dignidade da pessoa humana, da concretização dos direitos fundamentais e do fortalecimento das instituições democráticas.
Enfim, magistrados que lutam diuturnamente por um Judiciário de qualidade, que invista na formação moral, intelectual e profissional de seus juízes, pois só assim seremos uma instituição acreditada e eficaz, que, de fato, possa contribuir para a construção de um modelo de sociedade que tenha por metas a consolidação da democracia e a realização do desenvolvimento econômico com justiça social.
Vejo igualmente neste gesto uma homenagem aos mestres do passado e do presente da mais que centenária Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará, os quais muito contribuíram e contribuem para a boa formação de inúmeros profissionais que vêm atuando na área jurídica. Mestres que, como Paulo Bonavides, souberam colocar em prática a máxima kantiana, segundo a qual “o estudante não deve aprender pensamentos; ele deve aprender a pensar; não devemos transportá-lo e, sim, guiá-lo, se quisermos que futuramente seja capaz de se dirigir por seus próprios meios”.
Por tudo isso, divido este relevante prêmio não só com os colegas da magistratura que, de maneira intransigente, cumprem com dignidade esse ofício quase divino, e por isso mesmo tão difícil, de julgar nossos semelhantes, mas igualmente com os companheiros de magistério, os quais, no correr do tempo, vêm transmitindo saber e esperança às gerações do porvir, pois, o professor é antes de tudo um otimista, que vê na educação não só um instrumento de transferência de conhecimento, mas, sobretudo, de crescimento e transformação do ser humano. E, como o homem não vive apenas no seu plano individual, senão também no social, no plano da universalidade humana? No dizer de Jean Paul Sartre, o homem nunca é uma individualidade, porém, um universo singular? Nessa condição, tudo que lhe acontece reflete-se na sociedade em que ele vive graças a ambas as dimensões de sua existência.
Recebo, portanto, com muita sobriedade, este galardão, sem disfarçar, no entanto, o meu real contentamento em despontar como o terceiro Desembargador a integrar tão prestigiosa galeria, ao lado de tantos mestres, de tantos expoentes de nossa cultura e dos saudosos Desembargadores Auri Moura Costa e Virgílio de Brito Firmeza, que, nos anos de 1975 e 1978, respectivamente, submeteram-se à mesma emoção que ora experimento.
Agora, é chegado o momento de encerrar minhas palavras, para não me tornar enfadonho, mas não posso fazê-lo sem antes externar, em nome dos laureados, os nossos agradecimentos. Em primeiro lugar, a Deus, por nos permitir desfrutarmos deste instante ímpar em nossas vidas.
Ao Sistema Verdes Mares, nas pessoas de Dona Yolanda Queiroz e do Chanceler Airton Queiroz, bem como a todos os seus integrantes: diretores, cinegrafistas, fotógrafos, produtores, repórteres, apresentadores, editores, e, em especial, os diletos Edilmar Norões e Pádua Lopes.
Aos familiares e amigos que aqui se fazem presentes e aos que não puderam comparecer, nossa eterna gratidão pelo muito que lhes devemos. Saibam que a amizade é a extensão da família, consoante pontua Carlos Fuentes, “é o grande elo inicial entre o lar e o mundo. O lar, feliz ou infeliz, é a aula de nossa sabedoria, mas a amizade é sua prova. O que recebemos da família confirmamos na amizade”.
Por fim, peço licença para fazer alguns agradecimentos pessoais:
A meus pais, Benjamim e Angélica, cuja memória de ambos ora reverencio, com imorredoura saudade, o que me faz senti-los sempre perto mim, a guiar-me os passos e a relembrar-me as lições e o exemplo transmitidos.
À minha mulher, Marfisa, e aos meus filhos, João Gabriel e Sofia, fontes permanentes de amor, afeto, compreensão e solidariedade nas procelas e nas vitórias; a eles digo que essa Sereia de Ouro, tal qual tudo que faço, tudo que sou e tudo que tenho, lhes pertence.
A todos, o nosso carinhoso muito obrigado.
Fernando Ximenes