O juiz Francisco Duarte Pinheiro, que responde pela 6ª Vara Criminal do Fórum Clóvis Beviláqua, recebeu denúncia do Ministério Público contra três policiais militares acusados de extorquir um casal de comerciantes. O crime ocorreu no dia 30 de agosto deste ano, quando o soldado Elano Ribeiro Freitas, acompanhado de outros quatro policiais, invadiu a casa de W.C.L. e W.M.S..
O soldado Elano, o cabo Francisco Marinho da Silva Queiroz e o sargento Francisco Gilberto da Costa foram denunciados por extorsão e formação de quadrilha. Eles deverão ser conduzidos, ainda nesta semana, ao Fórum para tomar ciência da denúncia. Após a citação, começa o prazo para que eles respondam por escrito à acusação. Os outros dois policiais não foram identificados.
Segundo denúncia do Ministério Público, representado pelo promotor Pedro Casiano Campos de Oliveira, o soldado Elano e outros quatro policiais chegaram à casa das vítimas afirmando ter um mandado de busca e apreensão para ser cumprido, em virtude de uma denúncia de que havia ali 10 quilos de drogas e um revólver calibre 38.
Mesmo sem apresentar o mandado, os policiais entraram e fizeram uma revista na casa. Sem encontrar a droga, o soldado Elano intimou W.C.L. a acompanhá-lo à delegacia. No entanto, o proprietário da casa foi conduzido à avenida Francisco Sá, onde outro policial se apresentou como delegado e pediu a quantia de R$ 100 mil. O comerciante afirmou não ter dinheiro, mas pediu prazo para que vendesse sua moto e pagasse aos policiais R$ 15 mil.
Após o acordo, a vítima foi liberada pelos policiais e procurou a delegacia para denunciar o caso. A Divisão de Inteligência Policial (DIP) foi acionada e uma equipe armou, com o comerciante, o flagrante do grupo.
À noite, o comerciante recebeu uma ligação do soldado Elano, marcando um encontro com ele no estacionamento de uma farmácia, na avenida Francisco Sá. Ao chegar lá, W.C.L. foi abordado pelo sargento Gilberto que disse ter estado em sua casa pela manhã e cobrou os R$ 15 mil prometidos. O comerciante afirmou que o dinheiro estava sendo levado por outra pessoa.
O sargento passou essa informação ao soldado Elano e ao cabo Marinho, que viam a cena sentados em uma parada de ônibus. Nesse momento, os três foram presos em flagrante pelos policiais da DIP. Na delegacia, os três negaram ter ido à casa dos comerciantes e desmentiram também a extorsão.