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Juiz Luiz Bessa busca uma solução para estancar as fugas de detentos das prisões

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29.09.10
Reunião na Vara de Execução Penal vai discutir o que pode ser feito para evitar fugas nas unidades prisionais do Estado. O número insuficiente de agentes e de policiais militares é apontado como o principal problema
Das oito guaritas da muralha, metade fica sem policiais. Na guarda interna, são oito agentes penitenciários para dar conta de mais de mil presos.
Nem um direito considerado mínimo, como o banho de sol diário, é respeitado. A situação foi diagnosticada na Casa de Privação Provisória de Liberdade (CPPL) de Caucaia, de onde fugiram nove detentos no último domingo, 26.
Foi a segunda fuga registrada no presídio este mês.
?O sistema prisional tem se mostrado muito frágil. É dever do Estado zelar para que fugas não aconteçam?, lembra o juiz titular da Vara de Execução Penal e Corregedoria de Presídios da Comarca de Fortaleza, Luiz Bessa Neto. No último dia 21, Luiz Bessa realizou uma inspeção na CPPL e detectou os problemas apontados no início da matéria.
A fuga registrada cinco dias depois preocupou ainda mais o juiz, que chamou os secretários da Justiça e Cidadania e da Segurança Pública e Defesa Social para uma reunião na manhã de hoje. ?A ideia é ver o que pode ser feito para conter as fugas, já que elas estão se tornando corriqueiras.?
Somente este ano, foram sete fugas nas unidades prisionais do Estado. A do último domingo, na CPPL de Caucaia, deixou evidente os problemas na segurança. Segundo depoimento de um dos fugitivos, que foi recapturado, o buraco na parede da cela começou a ser feito quatro dias antes da fuga.
Uma vistoria no local poderia ter evitado a saída dos nove presos. ?A falha já começa aí. Se tivesse agentes em número suficiente, a vistoria seria diária?, comenta o comandante da 2ª Companhia de Policiamento de Guardas (CPG), tenente-coronel Sávio Bezerra.