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Estudante é baleada por colega em escola do Bom Jardim

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06.10.2010 Fortaleza
Uma estudante de 14 anos foi baleada dentro de uma sala de aula na Escola Municipal Catarina Lima da Silva, no bairro Bom Jardim. O autor do disparo foi um colega de classe da vítima. O jovem, que entrou na escola com uma arma, disse à Polícia que o tiro foi acidental
Uma estudante de 14 anos foi baleada dentro da sala de aula, ontem pela manhã, na Escola Municipal Catarina Lima da Silva, no bairro Bom Jardim. Ela foi atingida no braço esquerdo. Ela recebeu medicação de urgência no Frotinha da Parangaba e foi liberada em seguida.
O autor do disparo, conforme apurou a Polícia, foi um colega de classe da menina, também de 14 anos. Ele foi conduzido por policiais do Ronda do Quarteirão para a Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), onde prestou depoimento. O jovem disse que o disparo ocorreu de maneira acidental, no momento em que mostrava a arma à vítima. Contou ainda que havia, há poucos dias, trocado um vídeo-game pelo revólver de calibre 38.
Na DCA, o estudante disse que entrou na escola com o revólver municiado escondido na mochila e aproveitou a hora do recreio para mostrá-lo à garota. Somente os dois se encontravam na sala 6 quando ocorreu o incidente. O estampido chamou a atenção dos funcionários e alunos que se encontravam na escola, segundo disse ao O POVO a coordenadora da instituição, Sônia Maciel.
Ela contou que a primeira reação do estudante depois do disparo foi entregar a arma a um professor, que se aproximava do local. ?Não tive culpa?, defendeu-se o adolescente, diante do professor e da colega ensanguentada. ?A vítima concordou naquele momento?, citou Sônia Maciel, acrescentando que o estudante declarou antes de ser conduzido para a Delegacia que havia adquirido o revólver para a sua defesa pessoal.
Sônia afirmou que a escola teve o cuidado de não deixar o estudante ser conduzido sozinho para a DCA. ?Ele saiu acompanhado de um professor e de uma pessoa da família?, afirmou, classificando-o como bom aluno. O jovem cursa a sétima série do ensino fundamental.
Todos fomos tomados de surpresa diante do acontecido?, contou, salientando que o disparo causou pânico mas que a situação foi contornada. ?Graças a Deus, o pior não aconteceu?, afirmou a coordenadora, acrescentando que a mãe da vítima, que sofre de hipertensão, chegou momentos depois acompanhada de um irmã, quando a situação já estava normalizada.
Indiciamento
Segundo o delegado plantonista da DCA, Emerson Pompeu, o jovem foi indiciado por porte ilegal de arma e lesão corporal culposa. Na Delegacia, a vítima foi submetida a exame de corpo de delito. Todo o material, juntamente com o garoto, foi apresentado à Promotoria da Infância e da Juventude.
Se o Ministério Público decidir representar o menino, o processo será distribuído para uma das cinco Varas da Infância e Juventude. Até esta decisão ser anunciada, o jovem deve ficar numa das unidades de recepção da Secretaria da Ação Social (SAS).
Emerson descartou a possibilidade dos pais do garoto serem responsabilizados pelos crimes. ?Pelo o que foi apurado, eles (os pais) não sabiam da existência da arma?, ponderou. Ele informou que a pena a ser aplicada ao menino pode variar de internação num dos centros de ressocialização do Estado à liberdade assistida. ?Mas o que vai ser feito é o juiz quem decide com base no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e se o Ministério fizer a representação?, esclareceu. (Colaborou Bruno de Castro)