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Dos seis PMs presos, três respondem processos

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21.08.2010 Fortaleza
Dos seis policiais militares presos na Operação Canal Vermelho, deflagrada na semana passada pela Polícia Federal (PF), três deles já respondem a processos administrativos na Polícia Militar. O sargento Jean Charles da Silva Libório e os soldados Mário Jarbas Andrade de Carvalho e Emílio Goes de Lima aguardam decisão sobre a permanência na Corporação. Os policiais são apontados como integrantes de uma organização criminosa que teria matado pelo menos 10 pessoas em Fortaleza e contrabandeado produtos eletrônicos. A quadrilha era liderada pelo iraniano Farhad Marvizi, 46, que também foi preso pela PF.
De acordo com o boletim do Comando Geral, o sargento Jean Charles da Silva Libório responde ao Conselho de Disciplina (CD) desde o ano passado. O policial é acusado pelos crimes de homicídio e de extermínio nas comarcas de Fortaleza e Maranguape, além da Auditoria da Justiça Militar. O Conselho de Disciplina pode levar o sargento à expulsão da PM. Atualmente, o processo está em aberto.
O soldado Mário Jarbas Andrade de Carvalho, do 5° Batalhão, é outro que também pode ser expulso da Polícia. Ele responde a Processo Administrativo Disciplinar (PAD), procedimento adotado quando se trata de policiais que ainda não alcançaram estabilidade. O PAD foi movido a partir do processo aberto em 2006 na Vara Única de São Gonçalo, que enquadra o soldado no artigo 15, da lei 10.826/2003, que trata sobre disparo de arma em local público. Por enquanto, o processo administrativo encontra-se parado, aguardando decisão judicial (sobrestado).
Sobre o soldado Emílio Goes, da PMtur, a PM encaminhou dois inquéritos à justiça, em 2006 e 2007. Só que não consta processo contra ele. De acordo com o relações públicas da PM no Ceará, major Marcus Costa, há duas possibilidades para o caso. ?Pode ter sido arquivado por falta de prova ou ainda não foi emitido parecer?.
A demora para a conclusão dos processos administrativos interfere diretamente na permanência dos três policiais na Corporação. ?Não podemos cercear o direito de defesa. Surgem recursos impetrados pela defesa, marcação de novas audiências, depois vai para assessoria jurídica rever tudo. É um processo longo e que vai se arrastando por anos?, reconhece o major Marcus Costa.
Canal Vermelho
A partir da Operação Canal Vermelho, o comandante da PM, Coronel William Alves Rocha, decidiu instaurar uma portaria sobre o caso. Até a próxima semana, deve ser aberto um novo inquérito policial ou Conselho de Disciplina para os seis policiais militares presos pela Polícia Federal. ?O inquérito da Polícia Militar pode correr simultaneamente ao da Polícia Federal?, garante o major.
E-Mais
A Polícia Federal ainda está investigando como se dava a participação de cada policial militar na organização criminosa. Foi divulgado apenas que alguns se envolviam diretamente nas execuções e outros faziam a segurança da família e das lojas do iraniano, do ramo de eletroeletrônicos.
Segundo as investigações da PF, era o sargento Libório (foto) quem organizava as operações relacionadas às execuções. Ele e o iraniano foram presos no último dia 12 e transferidos para a Penitenciária de Segurança Máxima de Campo Grande (MT).