Política 17.06.10
O aquário em questão, a ser construído na Praia de Iracema, na Capital, foi anunciado por Cid Gomes no início do ano passado.
O deputado Tomás Figueiredo (PSDB) subiu ontem à tribuna da Assembleia Legislativa para pedir ao senador Tasso Jereissati (PSDB) que dispute o governo estadual e ?bote moral? no Ceará.
?Aceite esse chamado, senador. É o que o povo quer?, apelou Figueiredo, que acusou o governo Cid Gomes (PSB) de ignorar conselhos e sugestões da bancada aliada, postura que, na avaliação do deputado, reflete a mesma mentalidade dos coronéis derrotados por Tasso na sua primeira eleição ao governo cearense, em 1986.
?Quantas vezes avisamos que não se governa um estado olhando para o espelho? Quantas vezes alertamos o atual governador que governar é ouvir as pessoas??, questionou Figueiredo.
Além de recusar o diálogo, o governo estadual, no entender do peessedebista, desperdiça dinheiro com um sistema de segurança ?que não funciona?. ?Tasso, bota moral na segurança, como você já botou quando o Ceará ficou livre da pistolagem e estava antenado com as novas formas de combater o crime?, apelou Figueiredo.
As críticas do deputado miraram ainda o que chamou de luxúria e superfluidade do governo em relação às obras e projetos. ?Antes de construir um aquário é preciso melhorar as estradas, ter açudes, água, irrigação, semente selecionada?.
O aquário em questão, a ser construído na Praia de Iracema, na Capital, foi anunciado por Cid Gomes no início do ano passado. De acordo com os cálculos do governo, a obra deverá custar R$ 250 milhões.
Cid ficou parado
Outras queixas de Figueiredo foram relativas às obras prometidas pelo governo federal ao Ceará e nunca entregues. Para o deputado tucano, Cid errou ao ?ficar parado? esperando a siderúrgica e a refinaria anunciadas pelo governo Lula em vários momentos ao longo dos últimos anos.
?O Ceará inteiro se mobilizou por uma siderúrgica que nunca chegou, por uma refinaria que vive sendo protelada. Entra no plano da Petrobras hoje, mas é retirado amanhã. Ninguém tem certeza nenhuma de que será de fato executada?.
Figueiredo citou ainda o presidenciável do PSDB, José Serra, como exemplo de gestor eficiente. ?O Brasil pode mais com Serra presidente. O Ceará pode mais com Tasso governador. Eles sabem como fazer para o governo funcionar desde a primeira hora, desde o primeiro dia?.
Como era esperado, o pronunciamento de Figueiredo foi aparteado pelos deputados petistas Artur Bruno e Dedé Teixeira. O primeiro reconheceu que Tasso, quando governador, contribuiu para o desenvolvimento do Estado. ?Tudo o que foi feito de bom pelo PSDB, Cid Gomes manteve, mas deu prioridade ao social?, argumentou.
Aproveitando a presença, na galeria da Assembleia, de servidores do judiciário em protesto contra o Plano de Cargos e Carreiras do Tribunal de Justiça do Ceará, Bruno compensou o elogio anterior afirmando que Tasso ignorava as reivindicações dos funcionários públicos.
?Não dá para comparar o autoritarismo do governo Tasso com o diálogo do governador Cid com relação aos servidores?, disse. Dedé, por sua vez, declarou que Tasso ?foi responsável por retirar 42 bilhões de reais da saúde? por ter votado, em 2007, contra a prorrogação da CPMF, o que não impediu o governo de federal de, subsequentemente, registrar recordes na arrecadação de impostos.