Demora no atendimento em colisões congestiona trânsito
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- 12-06-2009
12.06.2009 Fortaleza Pág.: 08
Marcos Cavalcante da Redação
Quer ter duas horas de sua vida desperdiçada? Bata o carro. Além da dor de cabeça na resolução do conserto, atrasos em compromissos, os condutores também têm de esperar, e muito, para sair do local do acidente. Problemas como a falta de pessoal e a própria lentidão do trânsito fazem com que o tempo de espera pela perícia do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) ou de agentes da Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e de Cidadania (AMC) possa chegar a duas horas. Se trechos de vias como Antônio Sales, Barão de Studart já são lentos no início da manhã e no fim da tarde, a situação fica ainda mais complicada quando ocorrem colisões.
O técnico em refrigeração Jerônimo Alves conheceu bem o problema. Ele esperou mais de 1h30min pela perícia, apesar de ter reconhecido a culpa. O motorista do outro veículo, que não se quis identificar, ligou para o telefone 190 para conseguir o telefone da perícia. ?Me informaram que, como não estava atrapalhando o trânsito, não seria preciso ligar para a AMC e, sim, para a perícia. Tive que perder a tarde aqui na confusão?, diz o motorista. A média de publicação dos laudos é de 20 dias. ?Mas às vezes é mais rápido. Depende da demanda e do perito?, explica o chefe do setor de perícias do Detran, Stanailton Alencar.
Ele lembra que, em 1981, quando foi criado o cargo no Estado, eram 26 peritos e uma frota estadual estimada em 161 mil veículos no Ceará. Agora, dados até março indicam que existem mais de 1,3 milhão de carros, motos, ônibus e outros tipos de veículos, evolução superior a oito vezes em menos de três décadas. O número de peritos, entretanto, caiu, indo para 16. ?Atualmente tenho cinco equipes de três peritos. E para trabalhar somente nos acidentes da Capital (frota estimada em mais de 560 mil veículos)?, destaca Alencar.
Segundo Alencar as equipes realizam, em média, 20 atendimentos diários, mas o número poderia ser bem maior. Aproximadamente 35 pessoas entram em contato com o Detran solicitando perícia para o acidente em que se envolveu. Mas muitos acabam chegando a um acordo enquanto aguardam a perícia. ?Só quem pode chamar uma perícia é uma das partes?, diz. Em caso de acidentes com vítimas ou feridos, além da perícia, o condutor também deve chamar o Instituto de Criminalística.
Discordância
O superintendente do Detran, João Pupo, diz que não falta pessoal na perícia, e reforça que ela é o único setor em que a frota é totalmente renovada. Ele acrescenta que houve um remanejamento de oito servidores do antigo Departamento de Edificações, Rodovias e Transportes (Dert) para a área. ?E também vamos uniformizar o número do telefone. Assim, o perito que atualmente atende o telefone estará livre para ficar em campo?, diz Pupo.
Para o superintendente, um reforço importante nos acidentes de trânsito são os juizados especiais móveis, uma parceria entre o Detran e o Tribunal de Justiça. Os carros são pagos pelo Detran e o tribunal entra com o pessoal. O objetivo dos juizados é conciliar as partes. ?Isso faz com que poupemos nossa perícia. E vamos ampliar o serviço para mais um carro?, completa.
SERVIÇO
COMO CHAMAR
Quem se envolveu em acidente de trânsito pode ligar para o 190 da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança. De acordo com a descrição do acidente, o atendente pode fornecer o número da AMC, da perícia do Detran (somente quem pode chamar a perícia é uma das partes). Se existir feridos ou vítimas, também é acionado o Instituto de Criminalística (IC).
Perícia do Detran: 154 ou 85 3251 1542
AMC e IC: 190
LEIA AMANHÃ – – Os juizados especiais móveis ajudam a desburocratizar as demoras nos laudos periciais. As partes podem sair do local do acidente com a responsabilidade por danos materiais de cada uma.
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