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Delegado indicia soldado Yuri por homicídio doloso

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13.08.2010 polícia
Inquérito seguiu para a Justiça após 25 dias de investigação. Delegado descartou a hipótese de um tiro acidental
O soldado da Polícia Militar, Yuri da Silveira Alves Batista, 25, destacado no Ronda do Quarteirão, foi indiciado criminalmente, ontem, por homicídio doloso, duplamente qualificado, além de lesão corporal, no inquérito instaurado pela Polícia Civil para apurar a morte do adolescente Bruce Cristian de Sousa Oliveira, 14. O garoto foi atingido por um tiro na cabeça disparado pelo militar na tarde de 25 de julho passado no cruzamento da Rua Beni de Carvalho com a Avenida Desembargador Moreira, na Aldeota.
“A prova derruba a versão de um tiro acidental”. A declaração foi dada, ontem à tarde, pelo delegado José Munguba Neto, titular do 4º DP (Pio XII) e que presidiu as investigações. Ainda ontem, o inquérito foi remetido à Justiça, embora sem constar nos autos alguns laudos periciais solicitados por Munguba à Perícia Forense do Estado. Tais documentos devem ser enviados à Justiça posteriormente.
No decorrer do inquérito, que foi concluído em 25 dias, o delegado ouviu oito testemunhas, além de consultar dois especialistas em armas.
Travas
Segundo Munguba, o parecer dos especialistas corroborou com a tese de que a arma do PM, uma pistola de calibre Ponto 40 (0.40), não poderia ter disparado sozinha, visto que ela possui travas que impedem disparo acidental. A arma só poderia detonar o projétil se o PM estivesse com o dedo no gatilho. “Sem essa ação, consciente ou não (do autor), a pistola não dispara”, ressaltou Munguba no relatório do inquérito. Em boa parte do relatório, o delegado mostrou, passo a passo, a ação desastrosa do policial militar no momento em que tentou abordar a motocicleta onde o garoto estava na garupa.
A moto era pilotada pelo pai de Bruce, o técnico em refrigeração Francisco das Chagas de Oliveira Souza. Em seu depoimento, ele disse que, ao parar no sinal apenas ouviu os gritos de alguém que dizia “para! para!”
Conforme Francisco, ao olhar pelo retrovisor, viu uma movimentação estranha de pessoas e acreditou que estaria acontecendo um assalto. Quando o sinal abriu, deu partida na moto, foi quando o filho recebeu o tiro na nuca. Francisco desequilibrou-se e caiu da moto. Ao levantar-se o viu o filho inerte, sangrando pelo olho e boca. Só então, o técnico teria percebido uma viatura do Ronda do Quarteirão próxima dali.
O delegado vai encaminhar, posteriormente, à Justiça os laudos das perícias de transcrição de áudio da viatura e das imagens captadas por câmeras de um edifício situado bem próximo do local do crime.