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Bandidos desafiam Polícia e continuam a matar

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30.08.2010 polícia
Criminosos desafiam autoridades policiais. Nem as constantes operações nem o Ronda reduzem a violência
A violência armada que cresce no Bom Jardim tornou-se um desafio para as autoridades da Segurança Pública há, pelo menos, três anos. Desde 2008 a comunidade sofre com os altos índices de assassinatos. Nem mesmo com a implantação do programa de policiamento comunitário Ronda do Quarteirão naquele bairro, em novembro de 2008, nem a deflagração do projeto federal ´Território da Paz´, em dezembro do ano passado, foram suficientes para reduzir os crimes de morte ali.
Em 2008, 27 pessoas foram assassinadas naquele bairro. Em 2009, este número saltou para 47, um aumento da ordem de 74 por cento. Para 2010 as perspectivas são ainda mais sombrias, pois nos oito primeiros meses já são 49 pessoas assassinadas, superando 2009.
Somando os três anos, já são, nada menos, que 123 pessoas fuziladas somente em um único bairro de Fortaleza.
Na tentativa de impedir mais crimes, o Comando do Policiamento da Capital (CPC) tem determinado a realização de constantes operações de desarmamento e blitze com o apoio de outros órgãos como a Guarda Municipal de Fortaleza, o Juizado da Infância e da Adolescência, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente e o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), além da Polícia Civil.
As operações seguem os mesmos moldes daquelas que são realizadas, periodicamente, em áreas onde há registros de prostituição infantil e tráfico de seres humanos, como a Praia de Iracema. Estabelecimentos comerciais são fechados após a constatação de que estavam funcionando de forma irregular.
Especiais
Nessas operações, o CPC tem mobilizado as chamadas ´forças especiais´ da corporação para reforçar as abordagens da 4ª Cia/6ºBPM. Assim, são mobilizadas patrulhas do Batalhão de Polícia de Choque (BpChoque) e motos da Ronda de Ações Intensivas e Ostensivas (Raio).
INÍCIO
Formação de milícias gerou vários casos de execução
Segundo dados da Polícia Civil, a matança de pessoas no Bom Jardim teve início em 2008 com uma ´guerra´ travada entre grupos que faziam a segurança paralela para a comunidade. Travestidos de vigias noturnos, eles passaram a prestar seus ´serviços´ aos moradores e comerciantes do lugar. Em troca de dinheiro, afastavam os marginais do bairro ou eliminava-os.
Contudo, pela disputa de territórios, os vigilantes passaram a formar milícias e os grupos começaram a se enfrentar nas ruas do bairro, protagonizando tiroteios e mortes. Vários inquéritos a respeito foram instaurados no 32º DP, sob a presidência do delegado Jacob Stevesson Mendes. Alguns acusados foram indiciados mas acabaram mortos, posteriormente, assim como testemunhas importantes eliminadas ou sumiram.
FERNANDO RIBEIRO
EDITOR DE POLÍCIA