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5ª Vara do Júri marca para dia 22 interrogatório dos réus envolvidos em suposto grupo de extermínio

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O juiz Raimundo Deusdeth Rodrigues Júnior, que está respondendo pela 5ª Vara do Júri da Comarca de Fortaleza, deve concluir, no próximo dia 22, a fase de depoimentos do processo que investiga o assassinato de Francisco Tomé Filho, vítima da ação de um grupo de extermínio. Já os depoimentos para averiguar a morte de Gilberto Soares Duarte, outra vítima da mesma quadrilha, devem ser colhidos no dia 13 de outubro.
Pedro Cláudio Duarte Pena, o Cabo Pena, Firmino Teles de Menezes, Sílvio Pereira do Vale Silva, o Pé de Pato, Rogério do Carmo Abreu e Paulo César Lima de Sousa são acusados de integrar suposto grupo de extermínio que seria responsável pela morte das vítimas e de outras duas pessoas, todas ligadas à Madeireira São Francisco, localizada na avenida Osório de Paiva, no bairro Siqueira, em Fortaleza.
Na última quarta-feira (1º/09), oito testemunhas arroladas pela defesa dos réus e uma intimada pela acusação foram ouvidas durante audiência comandada pelo magistrado. Falta agora o depoimento de uma testemunha de defesa, em cada um dos processos, e o interrogatório dos réus.
Os crimes
O assassinato de Francisco Tomé Filho ocorreu na noite do dia 10 de dezembro de 2004, na avenida Lineu Machado, bairro João XXIII, em Fortaleza. Na ocasião, dois homens em uma moto se aproximaram do carro da vítima e efetuaram vários disparos. Em seguida, a dupla fugiu.
Quase dois anos depois, em 25 de agosto de 2006, Gilberto Soares Duarte foi morto na avenida Carneiro de Mendonça, no bairro Jóquei Clube. O crime ocorreu nas mesmas condições que vitimaram Francisco Tomé Filho.
Além das duas mortes, o grupo é apontado como responsável pelo assassinato de Carlos dos Santos Marques e de Miguel Luiz Neto. O laudo de confronto microbalístico apontou que os projéteis desferidos saíram do cano da mesma arma.
Segundo denúncia do Ministério Público (MP), as mortes foram motivadas por uma disputa judicial envolvendo Firmino Teles e Reinaldo Marinho, proprietário da Madeireira São Francisco, por conta de uma sociedade desfeita. De acordo com o relato da acusação, a partir da discórdia gerada pelo contrato ocorreram os quatro assassinatos.
Através de laudo pericial e da análise de conversas telefônicas, interceptadas com autorização judicial, o MP identificou a função de cada integrante do grupo: Firmino Teles seria o mandante; Sílvio Pereira e Rogério do Carmo os responsáveis pela execução; Pedro Cláudio, o “Cabo Pena”, o articulador e arquiteto dos crimes, enquanto Paulo César teria o domínio das ações do grupo. Atualmente, todos os acusados estão presos.