26/06/2009
Cirilo Pimenta foi acusado pelo MPE de desviar repasses do INSS
Quatro meses após ter ficado com os bens bloqueados pela Justiça do Ceará, o ex-prefeito de Quixeramobim e atual deputado estadual, Cirilo Pimenta (PSDB), se prepara para revidar as acusações e o ?prejuízo moral? que ele diz ter sofrido. Em fevereiro, o tucano foi acusado pelo Ministério Público do Estado (MPE) de não repassar ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) os descontos dos servidores da Câmara e da Prefeitura do município quando comandava a cidade, entre 2001 e 2004.
Agora, Cirilo se articula com seus advogados e vai entrar com uma ação de reparação por danos morais contra o Estado e com uma representação na Corregedoria da Procuradoria-Geral do Estado. Ele garante que se sente ?aliviado? e ?sossegado?, mas admitiu que vai buscar seus direitos. ?Desde o primeiro momento eu disse que era inocente e agora está provada a verdade?, ressaltou o deputado.
A atitude de Cirilo Pimenta é a resposta ao resultado da auditoria que o Ministério da Previdência Social realizou em Quixeramobim. O resultado, segundo o relatório do órgão, é que nenhuma ?incoerência? foi detectada nos repasses para Previdência enquanto o tucano era prefeito. Mas que, ao contrário das acusações que apontavam um desvio de R$ 872.639,88, Pimenta deixou um saldo de R$ 61.849,25.
Quando questionado se por fazer parte da base aliada do Governo do Estado o clima não poderia ficar tenso com o Executivo, Cirilo adiantou: ?Chato ficou foi pra mim que fiquei esse tempo todo sendo chamado de ladrão?.
Desde que o impasse teve início, a bancada do PSDB esteve ao lado de Cirilo Pimenta reforçando a tese de inocência do colega.
Ontem, na Assembleia, não foi diferente, o líder da bancada tucana, João Jaime, subiu na tribuna para prestar contas da ?integridade? de Pimenta. ?Tudo aquilo foi uma grande irresponsabilidade ou foi direcionada para manchar o nome digno de Cirilo Pimenta?, protestou o parlamentar.
Até mesmo os deputados que não compõem a base tucana se solidarizaram com Cirilo. Heitor Férrer (PDT) disse que o maior ?trauma? de Cirilo está ligado à posição de homem público que ele ocupa. ?Esse é o homem público que conhecemos, com certificado de idoneidade.?
O líder do Governo na Assembleia, deputado Nelson Martins (PT), admitiu ser ?solidário? ao sentimento de Cirilo Pimenta, mas informou que o Estado não tem participação em processos do MPE. ?O Estado não pode ser responsabilizado, pois o Ministério Público é autônomo e independente?, explicou Nelson.
Para relembrar
No dia 12 fevereiro, o Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE) decretou a indisponibilidade dos bens em nome do prefeito re-eleito de Quixeramobim, Edmilson Correia de Vasconcelos Júnior (PMDB), do ex-prefeito Cirilo Pimenta (PSDB), e do ex-presidente da Câmara Municipal no período de 2003-2004 Francisco Neto Nogueira Lima (PMDB).
O valor dos bens bloqueados deveria corresponder ao prejuízo alegado pelo MPE que erário da autarquia municipal Instituto de Previdência dos Servidores Municipais teria passado, um total de R$ 1,5 milhão. No entanto, no dia 16 de fevereiro, o TJ-CE suspendeu a ação civil pública que indisponibilizou os bens.