O Conselho de Sentença do 4º Tribunal do Júri de Fortaleza condenou Firmino Teles de Menezes a 14 anos de reclusão, em regime fechado. Acusado de ser mandante em um grupo de extermínio, Firmino foi condenado pelo homicídio duplamente qualificado (torpeza e recurso que impossibilitou a defesa da vítima) de Carlos dos Santos Marques, além de formação de quadrilha.
O julgamento, presidido pelo juiz Antonio Carlos Pinheiro Klein Filho, titular da 4ª Vara do Júri da Capital, ocorreu nessa segunda-feira (08/08) no no Fórum Clóvis Beviláqua. Os jurados acataram a tese da acusação, patrocinada pelo promotor Antonio Edvando Elias de França. A defesa, promovida pelo advogado Francisco Antônio Eugênio Viana, alegou negativa de autoria.
O CRIME
Conforme os autos (nº 1039533-07.2000.8.06.0001), o crime ocorreu no dia 16 de maio de 2005, por volta das 18h45, na avenida Paranjana, nº 1263, bairro Serrinha, na Capital. Segundo a denúncia do Ministério Público do Ceará (MP/CE), dois indivíduos com capacetes, conduzindo uma motocicleta não identificada, atiraram em Carlos, sem qualquer conversa ou discussão, e fugiram do local. A vítima teve morte imediata.
Carlos era proprietário da madeireira Mardepel, que fornecia matéria-prima para a madeireira São Francisco, comandada por Firmino. O réu deixou de repassar dinheiro para o proprietário e sócios da madeireira São Francisco, além de não quitar contas desta empresa, inclusive dívidas com Carlos, o que gerou muitas discussões e ameaças.
A partir das discórdias, ocorreram quatro mortes de pessoas ligadas à madeireira São Francisco. Todas as execuções seguiram um mesmo padrão. Os crimes foram desvendados por meio de interceptações telefônicas entre os integrantes do grupo de extermínio. Pelas gravações, ficou constatado que Firmino foi o mandante dos assassinatos.
Outros quatro réus neste processo ainda não foram julgados porque recorreram contra a decisão de pronúncia. O sexto acusado já faleceu.