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Luiz Leite, um exemplo bom de juiz

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28.05.2009 Opinião Pág.: 02
Investigação paralela
Um dos dramas que mais atormenta certos juízes é o referente a solidão do dia seguinte das suas aposentadorias , fora do poder, constatarem, por exemplo, que os cumprimentos cordiais excessivos e os convites para participação de festas elitistas que lhes eram dados, eram todos frutos, apenas, dos cargos que ocupavam.
Um dado interessante, é notório, que os desembargadores e ministros aposentados , passam a ser desprezados,principalmente , pelos seus próprios pares da ativa. Numa conversa, com um gentil desembargador aposentado, este me contou que era do seu costume, quando possível e legal, atender, sem hiatos, com presteza e atenção, aos reclamos dos seus colegas. Agora, aposentado, sente, quando eventualmente comparece a um gabinete de um colega visando obter , digamos, a aceleração de um determinado feito, é recebido com frieza, seria como se lhe fosse dado um recado ,veladamente, nos termos adiante ? Estaria me cobrando por certa(s) atenção(ões) que recebi sua? ?
É bom que se diga que a solidão é uma velha companhia do juiz, não só dos ativos, como também dos inativos , na hora de julgar, este só conta mesmo com as normas jurídicas que norteiam o caso concreto, os fatos postos no caderno processual e a sua própria consciência, não há comunicação e debate das contendas nos órgãos monocráticos.
De outra banda, convém ressaltar, que os humanos harmoniosos e tementes à Deus, assumem, de fato,na vida pratica e funcional , a conduta de contribuinte da paz social e , mais, é intuitivo supor, que eles também reúnem mais aptidão para lidar com o poder, já que este deva ser assimilado como um desafio de bem servir a sociedade e à Deus.
Na verdade, é tarefa fácil achar que viu e, por isso mesmo, condenar as falhas dos outros. O homem que confia na sua própria justiça não reconhece a sua própria necessidade da graça de Deus . Durante o seu ministério na terra, Jesus batalhava contra a arrogância e auto-justiça de seitas como os fariseus ( Mateus 23:27-28).A auto-justiça traz resultados horríveis e corrosivos. Quando a pessoa recusa a ajuda oferecida por Deus, não há outro remédio. Vai caminhando para a morte, incapaz de se livrar dos laços da iniqüidade. Tal pessoa acha algum conforto em ver , imaginar, os pecados maiores dos outros, e não reconhece que o Deus justo rejeitará todos que praticam a injustiça.
Por uma questão de justiça, é oportuno destacar , a postura do Juiz Luiz Alves Leite, aposentado, quando no seu exercício pleno da magistratura. Luiz dispensava , a todos os operadores do direito, respeito e atenção, não era dado receber influencias dos prepotentes e poderosos, a ponto de desviar a aplicação da justiça nos casos concretos, não usava a toga para prejudicar os seus desafetos, emitia sentenças bem motivadas , portanto, é um cidadão com idéias e praticas republicanas, que engrandece, sim, a Justiça do nosso Estado. Luiz Leite, o juiz exemplar.
Rildson Martins – Advogado