Justiça vai ouvir FHC e outras 95 testemunhas
- 757 Visualizações
- 13-05-2009
13.05.2009 Nacional Pág.: 06
Entre as testemunhas relacionadas estão Fernando Henrique Cardoso e o ex-ministro Márcio Thomaz Bastos
Brasília. A Justiça divulgou ontem as datas em que pretende ouvir as testemunhas de defesa que serão ouvidas em São Paulo no processo que investiga o escândalo do mensalão. Ao todo, 96 pessoas devem ser ouvidas na 2ª Vara Criminal Federal de São Paulo, seguindo determinação do STF (Supremo Tribunal Federal), local onde tramita a ação.
O chamado “escândalo do mensalão” é o suposto esquema de venda de votos no Congresso Nacional para beneficiar o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). denunciado em 2005 pelo então deputado federal Roberto Jefferson (PTB).
Entre as testemunhas relacionadas, está o ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que foi chamado para depor no dia 29 de maio. O ex-ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) também está na relação e deve ser ouvido no dia 27 deste mês.
Todos os depoimentos ocorrerão no período entre entre 25 de maio e 5 de junho, sempre a partir das 14 horas. A previsão é que dez pessoas sejam ouvidas a cada dia, com exceção do dia 5, em que apenas seis devem testemunhar. Os depoimentos acontecerão a portas fechadas. A divulgação dos nomes foi autorizada pela juíza federal Silvia Maria Rocha, titular da 2º Vara.
A ação do mensalão foi aberta em agosto de 2007, quando o plenário do STF recebeu a denúncia do procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, contra 40 acusados de envolvimento no esquema. Desses, 39 continuam respondendo como réus. O ex-secretário-geral do PT, Silvio Pereira, fez um acordo e foi excluído da ação em troca do cumprimento de pena alternativa.
Entre os denunciados estão os ex-ministros José Dirceu (Casa Civil), Anderson Adauto (Transportes) e Luiz Gushiken (Comunicação do Governo), o empresário Marcos Valério, os deputados petistas João Paulo Cunha e José Genoino, além de Roberto Jefferson. Os réus da ação penal principal do mensalão respondem por falsidade ideológica e por crimes contra a fé pública e o sistema financeiro nacional. Genoino, Delúbio Soares e Marcos Valério de Souza já foram absolvidos em maio da acusação de gestão fraudulenta, mas continuam respondendo por falsidade ideológica. Delúbio Soares responde ainda por corrupção ativa e formação de quadrilha.