11.05.2009 Opinião Pág.: 02
Luís Cruz de Vasconcelos – Professor e advogado
Com o noticiário alarmante sobre as inundações no Interior do Estado, desloquei-me, na segunda-feira, 27 de abril, para a fazenda ?Pão de Açúcar? que mantenho no subúrbio da cidade de Granja, à margem nascente do rio Coreaú, e passei em frente aos prédios da Câmara Municipal, onde trabalham os vereadores; do Palácio Municipal, sede da Prefeitura e do prefeito; e estacionei em frente ao Edifício Prof. Luís Cruz de Vasconcelos, Fórum Prof. Olavo Oliveira, para me informar, no juizado da 1ª e 2ª Vara, sobre o andamento de processos que ainda tenho em curso ali. E, após o almoço, desloquei-me para a dita fazenda, há dois quilômetros, enfrentando lamaçal e riachos. E na fazenda fiquei esses dias, onde mantenho uma bela casa, com dois pavimentos, televisão a cabo, computador e impressora, agora, cercada de nevoeiro pesado e chuvas constantes, dia e noite, com apenas alguns intervalos sem chuvas. E ali trabalhei na minha camioneta Nissan, 2008, carregando pedras para fechar os buracos do caminho rumo à cidade, e enfrentei um atoleiro da camioneta, com redução nas quatro rodas, até o eixo. Só saiu puxada por um trator. Desloquei-me, então, depois, à cidade e fiquei estarrecido. Após a saída da fazenda, já não pude seguir o caminho habitual e tive que seguir rodagem afora, até o ponto mais alto da cidade e penetrar nesta, livrando-me das inundações, aqui e acolá, até chegar na Praça da Matriz, esta construída em parte alta. E, boquiaberto, vi a inundação terrível atingindo casas e residências, ao lado da Praça, e os prédios dos Três Poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário,com desabamento até. Retirei a camisa, os sapatos, a calça, e parti de bermuda por dentro d´água até subir numa canoa e chegar à porta do Fórum, para ver se podia salvar alguma coisa. E os circunstantes riam e me chamavam de advogado até debaixo d´água. Tudo em vão, o prédio fora interditado pelos bombeiros e a fundura da água na porta de entrada quase chegava ao pescoço. E me fotografaram e no começo da inundação salvaram alguma coisa. E dali sai rumo à Câmara de Vereadores e ao Palácio Municipal, que estavam com água no pescoço.