Era madrugada, o sol ainda tímido ao iluminar o nosso litoral, e elas já estavam aquecendo o corpo para uma atividade física e social. No calçadão da Avenida Beira-Mar, em Fortaleza, dezenas de pessoas iniciaram este sábado (30/11) reunidas, uniformizadas e correndo em uma campanha contra a violência doméstica.

A sétima “Corrida pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas” foi integrada pelo Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE). Mais de 80 pessoas do Judiciário estadual, entre magistradas e servidoras, se inscreveram para a corrida, que contou com percursos de três e cinco quilômetros. Os participantes reservaram parte do dia que, habitualmente, seria de descanso e lazer, para representar a luta pela igualdade e direitos das mulheres, além de alertar sobre o grave problema social que a humanidade enfrenta. Apesar de a ação evidenciar a participação feminina, diversos homens também juntaram-se à causa em apoio à mobilização.

Daniela Dantas, líder técnica do Programa de Fortalecimento de Lideranças Femininas do TJCE, acordou cedo e reorganizou a agenda de compromissos com a família para correr. Ainda ofegante, não economizou fôlego para destacar a importância da atividade. “Ficamos super felizes e positivamente surpresas com todo o engajamento das pessoas em se unirem para esse momento. É importante demonstrar o engajamento pela causa, perceber que o Tribunal tem interesse e vontade de participar desse movimento que instiga uma mudança para melhorar o comportamento de todos”.

 

 

A juíza titular da 10ª Vara de Família da Comarca de Fortaleza, Valeska Alves Alencar Rolim, também fez questão de correr pela causa e reforçou a atuação do TJCE no enfrentamento à violência doméstica. “O Tribunal de Justiça vem enfrentando esse problema de frente, com várias parcerias realizadas, incluindo a criação de dois novos Juizados da Mulher, que já estão em funcionamento no Fórum Clóvis Beviláqua. No Judiciário, nós temos o grupo de Lideranças Femininas e foi criado também o programa ‘Justiça pela Mulher da Justiça’. São iniciativas que cada vez mais fortalecem as mulheres, promovendo, entre outros direitos, a equidade de gênero e a inclusão”.

 

 

Para Ana Cristina Esmeraldo, juíza auxiliar da Vice-Presidência do TJCE e cogestora do Programa de Fortalecimento de Lideranças Femininas, o movimento agrega esforços ao trabalho que tem sido desenvolvido pela atual Gestão do Tribunal, que tem à frente o desembargador Abelardo Benevides Moraes. “Apoiar iniciativas que valorizam, promovam e protejam as mulheres é um papel que vai muito além do institucional. É ter um olhar sensível, é unir forças para combater esse mal em nossa sociedade e cada vez mais respeitar e elevar o público feminino. É colocar, ainda, a mulher no lugar que ela verdadeiramente ocupa, na família, na instituição e em todos os espaços, públicos e privados”, disse a magistrada.

A MOBILIZAÇÃO
A ação, que une esporte e luta social, é global e foi promovida pela Grupo Mulheres do Brasil, que tem quase 130 mil participantes voluntárias no país e no exterior, e busca pela igualdade de oportunidades entre gêneros e raças. Até a próxima semana, a corrida também acontecerá em cerca de outras 80 cidades.