Mulheres aprovam atuação do “Ronda Maria da Penha”
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- 05-05-2015
O Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher da Comarca de Fortaleza promoveu, nesta terça-feira (05/05), reunião com as mulheres atendidas pelo programa “Ronda Maria da Penha”. O objetivo do encontro, coordenado pela juíza Rosa Mendonça, foi avaliar o serviço iniciado em março deste ano na Capital cearense.
Cerca de trinta mulheres foram ouvidas pela magistrada e ressaltaram a importância da presença da polícia nos bairros. “Minha filha foi assassinada há quatro anos pelo marido, lá em Sobral. Ela não sabia a quem recorrer. Se tivesse policiais por perto, orientando, poderia ter sido diferente. Estou gostando muito desse projeto e acho que toda vítima deve procurar ajuda”, afirmou uma diarista que mora no bairro Vicente Pinzón.
Uma jovem atendente de telemarketing, que mora no bairro Genibaú, também elogiou o trabalho do “Ronda Maria da Penha”. “Meu ex-marido ameaçou a mim e a minha mãe. Quando ele soube que a polícia tinha ido na minha casa, nunca mais me procurou”, disse.
Para a policial Nayanna Gomes da Costa, os depoimentos são gratificantes. “As pessoas costumam se assustar com a chegada da polícia, mas tudo muda ao saberem a finalidade da visita”. Ela explicou ainda que, dependendo da necessidade, a equipe passa a acompanhar a mulher semanalmente.
Os policiais militares também encaminham as vítimas à rede socioassistencial. Além do Vicente Pinzón e Genibaú, eles atuam nos bairros Curió, Alagadiço Novo e Parque São Miguel. A expectativa é de que, até o final deste ano, os 119 bairros da Capital sejam assistidos.
A juíza Rosa Mendonça explica que algumas cidades da Região Metropolitana de Fortaleza também deverão ser contempladas. “A gente vê que, cada vez mais, a mulher está se sentindo encorajada a denunciar. A partir do momento que são lançados programas onde a mulher se sente prestigiada, segura e vê que a Justiça e a Polícia estão ali para ampará-la, logicamente ela vai se encorajar cada vez mais”.
A magistrada disse ainda que, em média, o Juizado da Mulher de Fortaleza recebe 440 pedidos de medidas protetivas por mês. Somente este ano, entre janeiro e abril, foram concedidas 1.729 solicitações. São esses dados que os policiais recebem para fazer o acompanhamento nos bairros.
A Coordenadora Especial de Políticas Públicas para as Mulheres do Estado, Camila Silveira, que também participou da reunião, destacou a necessidade de fortalecer e ampliar o atendimento às vítimas de violência. “É importante entender as necessidades para saber como elaborar as políticas públicas para as mulheres”, finalizou.