Justiça resgata momento importante da história do CE
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- 27-04-2011
27.04.11
Opinião
Decisão da Justiça Federal no Ceará condenando a Prefeitura de Senador Pompeu, no Sertão Central, a adotar medidas de ?proteção, promoção e preservação do patrimônio histórico-cultural?
da Barragem do Patu, a 3 km da sede do município, merece ser exaltada e servir de exemplo em vista da sensibilidade com que o juiz federal Luis Rios Alves, tratou a temática. Faz-se necessário ressaltar que o magistrado não só decidiu em favor da proteção daquele sitio histórico como determinou ao poder público municipal a realização de campanha de conscientização junto a escolas e meios de comunicação visando proteger e manter preservado aquele patrimônio.
O sítio histórico da Barragem do Patu reúne 19 casarões em ruínas, a Serra do Patu e o cemitério da região onde em 1932 foi instalado um campo de concentração no qual foram confinados cearenses que queriam fugir do flagelo da seca em busca de Fortaleza.
Relatos apontam que cerca de 1.500 pessoas teriam morrido no local dos 16 mil flagelados ali instalados. A medida judicial se baseou na demanda de setores da cidade que a partir de matéria publicada pelo O POVO, em junho de 1996, iniciaram mobilização pela preservação dos casarões.
A decisão judicial, nesse sentido, resgata parte da história recente do Ceará, que se não vem tendo por parte dos poderes públicos o devido respeito, recebe do povo pobre e humilde da região, uma atenção em nível de devoção às vítimas daquele fato.
Foi essa característica de fé à base do imaginário popular que despertou em 1982 a atenção do vigário da paróquia da cidade, o padre italiano Albino Donatti, para organizar a caminhada em prol das vítimas da
barragem. Desde então, em todo o segundo domingo de novembro, acontece a Romaria das Secas em homenagem às almas das barragem do Patu. A celebração é também uma forma de esperança em nome das pessoas que trabalham a vida na região do semiárido e por isso mesmo deve ser também preservado.
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