CNJ vai investigar patrocínio de empresas a encontro de juízes
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- 09-11-2010
09.11.2010 Justiça
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) vai investigar o patrocínio de empresas públicas e privadas ao 27º Encontro de Juízes Federais, de quarta a sábado, em luxuoso resort na ilha de Comandatuba, na Bahia. A corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, cancelou palestra que iria proferir no encontro. Vai pedir informações à Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) sobre a natureza do evento da entidade.
O conselheiro do CNJ Jorge Hélio Chaves, que é cearense, vai propor ao colegiado uma consulta aos cinco tribunais regionais federais, para que informem os nomes dos magistrados que irão ao evento e os motivos pelos quais foram liberados.
Ele diz que o CNJ pode editar um ato normativo sobre patrocínios desse tipo. ?Não é uma caça às bruxas. Antes, vamos ouvir as partes?, diz.
A maior parte do evento será dedicada a atividades esportivas e sociais. O programa prevê show de Elba Ramalho. Já se apresentaram em eventos da Ajufe o cantor Jorge Benjor, os grupos Titãs e Paralamas do Sucesso.
Cada juiz desembolsará R$ 750, terá todas as despesas pagas (exceto passagens aéreas) e ocupará apartamentos de luxo e bangalôs com diárias que variam de R$ 900 a R$ 4 mil. A diferença será coberta por Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Eletrobras, Souza Cruz, Sindicom e Etco.
O presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros, Mozart Valadares, diz que ?não é conveniente juízes reunidos em praia, pois dá a conotação de lazer e diversão?. Em evento da AMB em São Paulo, ?cada juiz pagou inscrição, passagens e hospedagem?, afirma.
O presidente do Conselho da Justiça Federal, Ari Pargendler, e o corregedor da Justiça Federal, Francisco Falcão, não irão ao encontro. A Ajufe não se manifestou. (das agências)