Militar reformado será julgado por tentativa de homicídio pelo 1º Tribunal do Júri
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- 08-11-2010
A 1ª Vara do Júri do Fórum Clóvis Beviláqua levará a julgamento, nesta terça-feira (09/11), o militar reformado José Pio Souto, o “Pastor Pio”. Ele é acusado de tentativa de homicídio qualificado contra Ronaldo dos Santos Vieira, em 18 de junho de 2001, no bairro Messejana.
Consta nos autos que, por volta das 21h, a vítima se deslocava em seu carro até um comércio próximo a sua residência. Ao se aproximar do local, Ronaldo teria feito uma manobra arriscada, conhecida como “cavalo de pau”, o que teria incomodado o réu, que estavas nas imediações.
Segundo o Ministério Público, ?Pastor Pio?, conhecido no bairro pela agressividade e por constranger pessoas com frequência, esperou que a vítima descesse do carro e o abordou questionando a atitude do condutor e os dois discutiram. Depois, a vítima, percebendo que o réu estava armado, tentou sair do local, mas foi surpreendido com um tiro no abdômen.
Mesmo assim, Ronaldo ainda travou luta corporal com o agressor que, depois de desferir outros disparos, fugiu de lá na companhia do filho. A vítima foi levada a um hospital e conseguiu sobreviver ao atentado.
Em seu depoimento, ?Pastor Pio?, que atualmente reside no Rio de Janeiro, confessou que atirou contra a vítima, porém alegou legítima defesa, afirmando que a arma estava em poder de Ronaldo e que havia sido tomada por ele, no meio da briga.
Contou ainda que ficou irritado com a manobra brusca feita por Ronaldo naquela noite porque o seu filho pequeno, que na ocasião estava doente, havia tomado um grande susto. Por isso, resolveu tomar satisfação.
Ele foi pronunciado para ir a júri popular no dia 18 de abril de 2006, porém recorreu da decisão ao Tribunal de Justiça do Ceará. Na apreciação do recurso, o TJCE também negou provimento, mantendo a decisão.
A defesa dele, patrocinada pelo advogado Luciano Bezerra da Costa, trabalhará pela absolvição do réu, em plenário, alegando legítima defesa. A tese do Ministério Público, representado pelo promotor Francisco Marques Lima, assegura que o réu cometeu tentativa de homicídio qualificado por motivo fútil.