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Que país é este?

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12.09.2010 Opinião
Já não estamos entendendo nada. Anteriormente quem decidia tudo em matéria eleitoral era a classe média. Hoje, com invenção da bolsa família o seu comando ficou com a pobreza semianalfabeta e faminta que entendeu ser melhor morrer de fome a longo prazo do que falecer em curto tempo. O absurdo está no fato de terem sido assassinados este ano 1.640 pessoas só aqui no Ceará. Se formos avaliar com base no Brasil como um todo, vamos contar um pouco mais de 30 mil pessoas por ano. É uma guerra suja cujo fim só Deus sabe. Apesar disto, ainda dizem que vivemos numa democracia, e em plena paz. Sabemos que não é bem assim. Os números estão aí, e jamais mentiram. Democracia também não é porque tem como base a compra de votos. Agora, perguntamos: quantas pessoas estão presas? Certamente poucas. E essas mesmas, dentro de 6 anos, voltarão às ruas amparadas pelo infame regime semiaberto, mesmo se tiverem sido condenadas a 30 anos de reclusão. Enquanto isso, a preferência do povo, segundo as pesquisas, é pela saúde, enquanto deveria ser pela segurança. No direito à vida está embutido aquele relativo à saúde. Por outro lado, as cadeias que deveriam ser presídios profissionalizantes, não são mais do que espécie de come e dorme. A corrupção é, cada vez mais, galopante. As licitações são quase sempre fraudulentas. Os entes estatais a elas se apegam para obter, por preços módicos, serviços, materiais e obras de boa qualidade. Entretanto, o resultado é quase sempre aquele que de pior poderia ser ofertado. Tudo ocorre porque quem faz a licitação é o mesmo que fiscaliza tudo. O erro é da lei, por outro lado, o legislador que nem sempre é escolhido por um processo eleitoral limpo de impureza, não tem interesse em mudar esse estado de coisas. Nossas leis, principalmente as penais, estão ultrapassadas, inclusive a Constituição que já está sendo chamada de CPC, ou seja, carta protetora dos criminosos. A maioridade penal já deveria ter sido implantada a partir dos 15 anos de idade. Porém, o presidente, talvez por questão de economia, não quer ver ninguém preso. A coisa piora com os policiais mal pagos, perdendo o elã de lutar.
Edgar Carlos Amorim – escritor