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Políticos ignoram a audiência pública

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Política 10.09.2010
Evento da Justiça Eleitoral é uma abertura para os partidos e candidatos fiscalizarem o processo de votação
Somente dois representantes partidários compareceram na manhã de ontem à audiência pública promovida pela Comissão de Verificação do Funcionamento das Urnas Eletrônicas, na sede do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), no Centro, com o objetivo de checar os mecanismos de seguranças das urnas que serão usadas na eleição do próximo dia três.
O juiz Antônio Carlos Klein, presidente da citada comissão, explica que “a verificação é uma espécie de contraprova utilizada no exame antidoping, que é aplicado no esporte. A Justiça Eleitoral usa esse mecanismo em todos os pleitos, desde que foi instituído o voto eletrônico, para rechaçar qualquer insinuação de que a urna eletrônica pode ser programada para beneficiar esse ou aquele candidato”. As urnas não têm qualquer comunicação com a Internet.
O processo de verificação será concluído na véspera da eleição. Ontem, fiscais de partidos e profissionais de comunicação que estavam cobrindo o evento foram convidados a votar a partir da lista oficial de candidatos do TRE em várias cédulas. Os sufrágios permanecerão numa urna lacrada sob os cuidados da Polícia Federal (PF).
Por amostragem, três urnas serão sorteadas, uma da Capital e duas do Interior, dentre um total de 18.693. Estas serão recolhidas para a sede do TRE e substituídas por três dos 2.968 equipamentos reservas. A legislação prevê que em unidades da federação que contam com mais de 15.000 e até 30.000 seções, caso do Ceará, que possui 21.055, devem utilizar três equipamentos para o teste, um dos quais destinados para o voto em trânsito.
O processo será concluído da seguinte forma. Os votos que foram recolhidos ontem serão divididos e digitalizados nas três urnas. Logo depois, haverá a checagem para saber se os números batem, ou seja, se os números dos sufrágios de papel correspondem ao apurado pelo equipamento eletrônico.
Digitalização
O juiz Antônio Carlos Klein garante que não há possibilidade de haver qualquer discrepância. “Para garantirmos a segurança total do processos, tudo é filmado e acompanhado pelos fiscais das agremiações partidárias. Só há possibilidade de os dados não baterem se houver erro de digitalização. Até hoje, isso jamais aconteceu”, garante o magistrado ao ressaltar que os votos, para a checagem das urnas, não são válidos para a eleição de 3 de outubro.
Apenas os representantes do Partido Socialista e Liberdade (PSOL), Cleide Leni, e do Partido Popular Socialista (PPS) compareceram à audiência pública de ontem, no TRE. Questionado sobre a ausência dos demais fiscais, Antônio Carlos Klein destacou que essa é a maior prova de que os partidos não têm qualquer dúvida quanto à lisura do processo.