Novos tempos, nova advocacia – Artigo
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- 31-05-2010
29.05.2010 opinião
Valdetário Andrade Monteiro
“O advogado deve proceder de forma que o torne merecedor de respeito e que contribua para o prestígio da classe e da advocacia“, eis o que vaticina o artigo 31, caput, do nosso Estatuto da Advocacia e da OAB. Na mesma esteira da normatização da conduta dos advogados, o artigo 5º do Código de Ética determina que “o exercício da advocacia é incompatível com qualquer procedimento de mercantilização“, tendo ainda, nosso código deontológico disciplinado a forma e o conteúdo das publicidades permitidas para a advocacia.
Há 20 anos, tais dispositivos legais talvez tivessem sua aplicabilidade plena com regular facilidade. Hoje, com centenas de novos cursos de Direito, as dificuldades aumentam e o efetivo poder regulatório da OAB já pode ser medido pela quantidade de processos disciplinares sobre tais matérias. Os tempos mudaram e os efeitos do uso da Internet atingem a advocacia mais do que em qualquer outra profissão liberal. Temos que lembrar o efeito, nem sempre salutar, do ingresso de mega escritórios em localidades cada vez menores.
Em tal contexto, só há uma alternativa válida para podermos recepcionar os recém-ingressos na militância jurídica: municiá-los de conteúdo prático profissional a complementar os conceitos recebidos nas faculdades, ensinando-os a criar ambiência no seio da classe, convivendo com seus novos colegas e interagindo de modo a se inserir no mercado de trabalho de forma ética e regular. Precisamos ensinar urgentemente a criar seus respectivos networkings. E o termo, embora alienígena, bem representa o novo momento da advocacia.
Os milhares de jovens não podem fazer publicidades, têm de trabalhar merecedores de respeito e ainda dignificar a advocacia. É nosso dever exercitar em cursos, treinamentos, palestras, seminários, congressos e afins, a cultura da integração da classe, permitindo que os recém-chegados convivam com os mais experientes e interajam entre si, utilizando inclusive a internet, de modo a criar uma nova advocacia, onde, uma enorme rede de contatos lastreada no debate da doutrina, trará a possibilidade de boas e inúmeras novas colocações profissionais.
VALDETÁRIO ANDRADE MONTEIRO
Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Ceará (OAB-CE)
Artigo
Novos tempos, nova advocacia
Valdetário Andrade Monteiro
29 Mai 2010 – 01h57min
“O advogado deve proceder de forma que o torne merecedor de respeito e que contribua para o prestígio da classe e da advocacia“, eis o que vaticina o artigo 31, caput, do nosso Estatuto da Advocacia e da OAB. Na mesma esteira da normatização da conduta dos advogados, o artigo 5º do Código de Ética determina que “o exercício da advocacia é incompatível com qualquer procedimento de mercantilização“, tendo ainda, nosso código deontológico disciplinado a forma e o conteúdo das publicidades permitidas para a advocacia.
Há 20 anos, tais dispositivos legais talvez tivessem sua aplicabilidade plena com regular facilidade. Hoje, com centenas de novos cursos de Direito, as dificuldades aumentam e o efetivo poder regulatório da OAB já pode ser medido pela quantidade de processos disciplinares sobre tais matérias. Os tempos mudaram e os efeitos do uso da Internet atingem a advocacia mais do que em qualquer outra profissão liberal. Temos que lembrar o efeito, nem sempre salutar, do ingresso de mega escritórios em localidades cada vez menores.
Em tal contexto, só há uma alternativa válida para podermos recepcionar os recém-ingressos na militância jurídica: municiá-los de conteúdo prático profissional a complementar os conceitos recebidos nas faculdades, ensinando-os a criar ambiência no seio da classe, convivendo com seus novos colegas e interagindo de modo a se inserir no mercado de trabalho de forma ética e regular. Precisamos ensinar urgentemente a criar seus respectivos networkings. E o termo, embora alienígena, bem representa o novo momento da advocacia.
Os milhares de jovens não podem fazer publicidades, têm de trabalhar merecedores de respeito e ainda dignificar a advocacia. É nosso dever exercitar em cursos, treinamentos, palestras, seminários, congressos e afins, a cultura da integração da classe, permitindo que os recém-chegados convivam com os mais experientes e interajam entre si, utilizando inclusive a internet, de modo a criar uma nova advocacia, onde, uma enorme rede de contatos lastreada no debate da doutrina, trará a possibilidade de boas e inúmeras novas colocações profissionais.
VALDETÁRIO ANDRADE MONTEIRO
Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Ceará (OAB-CE)