Solto procurador que matou o delegado Cid
- 1109 Visualizações
- 04-12-2009
Polícia – p. 20 – 04/12/2009
Supremo Tribunal Federal concedeu ao réu a liberdade provisória. O julgamento de Ernandes deve ocorrer em 2010
O procurador de Justiça aposentado, Ernandes Lopes Pereira, acusado de ter assassinado, a tiro, o delegado de Polícia Civil Cid Júnior Peixoto do Amaral, no ano passado, foi colocado em liberdade, ontem, por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), que lhe concedeu habeas corpus. Ernandes agora vai cumprir liberdade provisória.
Bombeiros
O procurador estava preso no quartel do Comando Geral do Corpo de Bombeiros Militar, no bairro Jacarecanga, desde o dia 14 de agosto do ano passado. Na noite anterior ele foi preso, em flagrante, depois de atirar na cabeça do delegado. Cid Júnior teve morte instantânea.
Até hoje, o procurador sustenta a versão de que o tiro foi acidental. No momento em que ele tentava mostrar para Cid Júnior sua pistola de fabricação austríaca, marca Glock, de calibre 380 ACP, esta teria disparado.
O laudo do exame de necropsia realizado no corpo do delegado indicou, segundo a Polícia, um tiro detonado à queima-roupa. Coube ao delegado Andrade Júnior, então titular da Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF), presidir o inquérito acerca do crime.
No dia 27 de agosto do ano passado, o promotor de Justiça, José Evilázio Alexandre da Silva, representante do Ministério Público estadual junto à Comarca do Eusébio, ofereceu a denúncia contra Ernandes, enquadrando o réu por crime de homicídio duplamente qualificado, pelos motivos “torpe” e “surpresa”.
O crime
A morte do delegado Cid Júnior ocorreu no começo da noite de 13 de agosto, na residência do acusado, uma mansão situada na Rua Xaréu, 1000, no bairro Precabura, no Município do Eusébio (Região Metropolitana de Fortaleza). Na época do assassinato, Cid Júnior era o titular do 19º DP (Conjunto Esperança) e investigava vários crimes.
Segundo apurou a Polícia, naquele dia, o procurador convidou para irem à sua mansão o delegado Cid Júnior e a mãe dele, Júlia Vieira do Amaral. Em meio a uma conversa informal, aconteceu o assassinato.
Uma testemunha ocular do crime, o Carlos Alberto Bezerra Herculano, que trabalhava como motorista para o procurador, contou em depoimento na Polícia que o patrão estava bêbado, pois havia tomado várias doses de uísque.
Na denúncia, o promotor Evilázio Alexandre considerou que “a ação delituosa do réu, ao alvejar a vítima, foi de inopino, sem chance de defesa”.