Presos do semiaberto estão sem destino
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- 13-11-2009
Últimas Pág. 08 13.11.2009
Sem Amanari, Sejus teme rebelião de detentos caso não consigam mudar o regime
Sem rumo. Assim ficou o diretor da Colônia Agrícola Agropastoril do Amanari, José Irandir Falcão, com o recebimento da notificação que pede a interdição imediata do presídio.
Afirmando que irá acatar a decisão, o diretor frisou que, já desde hoje, nenhum preso entrará mais na Colônia. ?Não vamos receber mais ninguém. E para onde esses presos que mudaram de progressão vão? Não há outro lugar para mandá-los. Vamos ter um caos?, alertou Falcão. Com a ?batata-quente? nas mãos, Bento Laurindo, coordenador do Sistema Penitenciário do Ceará, disse temer uma revolta dos presos que ganharam o direito de mudança de regime e, segundo ele, não vão poder usufruir por não terem para onde ser transferidos. ?O Amanari era o único local para regime semi-aberto. Já temos presos que deveriam estar lá, mas que não vão poder sair da prisão. Temo que, revoltados, eles façam rebeliões?, alertou Bento Laurindo.
Bento Laurindo disse ainda que a questão do Amanari merece urgência na decisão. Ontem, os gestores da Secretaria de Justiça (Sejus) encontraram-se em reunião ordinária e esse tema, claro, virou pauta. Segundo o coordenador, há que se trazer alternativas ainda essa semana. Apresentando duas soluções, ele cogitou possível resolução para os presos em semiliberdade que estão sem rumo: realizar uma ampliação na Colônia do Amanari ou fazer uma reforma no Instituto Penal Professor Olavo Oliveira (IPPOO I) para transformá-lo em uma colônia industrial. ?O problema é que tudo isso demanda tempo e isso a gente não tem. Temos 1.052 presos que terão que se dividir nesses dois locais?, disse. Enquanto isso, uma resolução já foi dada: os detentos que estão em trabalho externo ? aqueles que só dormem no presídio durante o fim-de-semana ? já estão liberados dessa obrigação. ?Botamos eles para cumprirem prisão domiciliar e não virem mais no Amanari nem no fim-de-semana. Está tudo muito bagunçado?, finalizou Bento Laurindo.
SOBRE A DECISÃO DO JUIZ
Na quarta-feira, o juiz da Vara de Execução Penal e Corregedoria de Presídios, Luiz Bessa Neto, determinou a interdição da Colônia Agropastoril do Amanari, que atualmente abriga 1.688 apenados apesar de ter capacidade para apenas 120. O magistrado fixou o prazo máximo de dois anos para que a unidade seja completamente desativada. O titular da Vara de Execução Penal também determinou que o diretor da Colônia Agropastoril do Amanari tenha ?cautela na preservação da integridade física e psicológica dos presos?, tendo em vista as deficiências do prédio.