Conteúdo da Notícia

QUADRILHA DE ESTELIONATÁRIOS COMEÇA A AGIR NO CARIRI

Ouvir: QUADRILHA DE ESTELIONATÁRIOS COMEÇA A AGIR NO CARIRI

22.09.2009
O juiz da 1ª Vara da Comarca do Crato, Djalma Sobreira Dantas Júnior está alertando a população quanto a existência de uma quadrilha de estelionatários que vem agindo, há cinco anos, em algumas regiões do Ceará, e que agora começa a se estabelecer no Cariri. A gangue se apodera de documentos pessoais que foram roubados ou perdidos, e os envia para Minas Gerais ou São Paulo, onde é feita uma nova certidão de nascimento, carteira de trabalho (CTPS), carteira de identidade (RG), Cadastro de Pessoa Física (CPF) e cartões de crédito, com a foto do estelionatário e o nome da vítima.
De posse da documentação falsa, os estelionatários conseguem alugar prédios, instalar telefone fixo para comprovar residência e atestar a seriedade do negócio. Para ganhar a credibilidade junto à instituição financeira, e com isto, obter talonários de cheques, os acusados abrem uma conta bancária, que é movimentada regularmente por determinado período, com depósitos em valores consideráveis.
Quando adquirem os talonários, a quadrilha coloca o golpe em prática, e realiza compras no nome das vítimas que perderam seus documentos. Na maioria dos casos, os objetos adquiridos pela quadrilha são carros, televisores de plasma e motos, todos comprados com um prazo de pagamento entre 30 e 60 dias, ?tempo suficiente para os acusados desaparecerem?, explicou o juiz. Dr. Djalma esclareceu que só algum tempo depois, a vítima, ao tentar fazer negócios no comércio, é surpreendida com a informação de que seu nome consta nos serviços de proteção ao crédito, SPC e SERASA, sob o fato de ter feito alguma compra em São Paulo ou Minas Gerais.
O juiz orienta a população que o único instrumento legal que pode salvar a vítima de qualquer responsabilidade sobre a dívida contraída pela quadrilha, é o Boletim de Ocorrência (BO), feito na delegacia de polícia, logo que a pessoa perde os documentos.
Uma das vitimas, que pediu pra seu nome não ser revelado, disse que seus documentos foram roubados em 2008, durante o Juaforró, em Juazeiro do Norte, e no inicio de 2009, seu nome foi parar no SPC. A vítima foi acusada de não efetivar o pagamento em empresas paulistas e mineiras como a Riachuelo, CREDI-21 Participações, CREDI System Administradora de Cartões, Banco Finasa e Ponto Frio. Seu advogado, Luiz Felipe de Lima Souza, disse que já conseguiu em juízo, acordos com três das cinco empresas usadas pela quadrilha em nome de seu cliente.
A defensora pública do Crato, Gilsandra Novaes Feitosa, revelou que somente neste ano, a comarca do Crato recebeu cinco ações de pessoas que foram vítimas dos estelionatários. Os advogados Everton de Almeida Brito, Wilton de Sousa Lima e Hernani Brígido Silva Neto disseram que já foram procurados por algumas pessoas, que se dizem vitimas da ação da quadrilha.