O Juizado da Infância e da Juventude de Fortaleza realizou, nesta terça-feira (1º/08), Curso Preparatório Psicossocial e Jurídico para Candidatos à Adoção. O encontro, que ocorre a cada dois meses, é uma das etapas necessárias à habilitação no Cadastro Nacional de Adoção (CNA) e objetiva orientar, esclarecer e tirar dúvidas dos adotantes.
Nesta edição, participaram 22 pretendentes, tanto casais como pessoas solteiras. O comerciante I.F.V. e a gerente de compras L.L. são um dos casais que compareceram. Eles afirmaram que, apesar de estarem sempre buscando informações, por meio da internet e de conversas com amigos que já adotaram, ainda tinham muitas dúvidas e, por isso, o curso está sendo bastante útil.
Ressaltaram também que o momento possibilita o encontro entre pessoas que estão vivenciando situações semelhantes, permitindo que os questionamentos e experiências sejam compartilhados. “Mais do que dúvidas sobre procedimentos, temos a ansiedade de saber como vai ser. Então, ouvindo as falas de outras pessoas, a gente acaba se identificando e isso ajuda a entender melhor nossas próprias expectativas”, afirmou ela.
A parte psicossocial foi apresentada durante a manhã, pela psicóloga Joselita Oliveira e pela assistente social Neurismar Calixto. Foram abordados temas como visitas aos abrigos durante a fase de vinculação e como lidar com a revelação da adoção. Já a parte jurídica foi tratada durante a tarde pelo pedagogo e chefe do Setor de Cadastro de Adoção, Deusimar Rodrigues, e pelo promotor de Justiça Dairton Oliveira.
Segundo o promotor, a capacitação dos adotantes é fundamental e, por isso, tem sido ampliada, incluindo agora, além do curso de formação, palestras com grupos de apoio à adoção. Dentre os temas abordados por ele estão, por exemplo, os conflitos entre o bebê ideal e o bebê real e as fases da adoção tardia. “É muito importante que os adotantes estejam bem informados, bem capacitados e bem preparados para tomar essa decisão e enfrentar esse processo da melhor forma”, disse.
Uma das criadoras da Rede Adotiva, grupo de apoio à adoção, Priscila Farias, também falou durante o curso. Mãe de dois filhos adotivos, ela explicou que, durante o seu processo de adoção, percebeu as dificuldades que os adotantes tinham para obter informações e decidiu fundar essa rede de solidariedade. Além disso, o grupo visa também sensibilizar a sociedade para as crianças e adolescentes que estão em situação de acolhimento. “Não só o Estado e a família, mas toda a sociedade é responsável pela proteção dos direitos dessas crianças”, disse.
SAIBA MAIS
Para adotar, os pretendentes devem se dirigir ao Setor de Cadastro de Adoção com os seguintes documentos: cópia autenticada da certidão de nascimento ou casamento, identidade e CPF; comprovante de residência; comprovante e/ou declaração de renda mensal dos requerentes; certidão negativa de distribuição cível; atestado de sanidade física e mental e dois atestados de idoneidade moral, cada um deles preenchido e assinado por pessoas diferentes, sem grau de parentesco com a parte e com firma reconhecida.
Em seguida será solicitada a presença no curso psicossocial e jurídico. Após, a entrevista e a avaliação da equipe técnica do Juizado da Infância e da Juventude. Por último, o processo é analisado por juiz e promotor, que fazem avaliação para saber se o candidato está apto a adotar. Se estiver, passará a integrar o Cadastro Nacional de Adoção (CNA).
SERVIÇO
Setor de Cadastro de Adoção
Fórum Clóvis Beviláqua – Rua Des. Floriano Benevides Magalhães, 220 – Edson Queiroz
Contato: (85) 3278-3578