Varas de Execução Penal iniciam sarau mensal no Fórum Clóvis Beviláqua
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- 05-10-2018
Juízes, servidores e colaborados das Varas de Execução Penal de Fortaleza passaram a se encontrar para compartilhar experiências de leitura, através de discussões e reflexões de conteúdos artísticos, filosóficos e jurídicos. Isso está ocorrendo no “Sarau Beviláqua”, que começou nesta sexta-feira (05/10), no Fórum Clóvis Beviláqua (FCB). O evento será realizado na primeira sexta-feira de cada mês, nas varas participantes.
O objetivo é promover o incentivo à leitura e o estímulo e aprimoramento da apreciação artística e do raciocínio jurídico, valorizando e fortalecendo as relações interpessoais. O primeiro encontro trouxe como tema o aniversário de 30 anos da Constituição Federal. O debate foi a partir de músicas, textos e poesias sobre liberdade, direitos fundamentais, democracia e espírito constitucional. “São questões constitucionais que também refletem no pensar jurídico”, argumentou a juíza Luciana Teixeira, que idealizou o evento junto com o servidor Adalberto Leite.
A magistrada explicou que o Sarau surgiu a partir da necessidade de ir além do pensamento jurídico, no sentindo estrito, e pensar mais amplamente em outros assuntos, além do objetivo de despertar o interesse da leitura. “Eu tenho visto como isso [a leitura que vem sendo incentivada na sua Vara] é importante para nossa formação, tanto como pessoa como intelectual, para começarmos a enxergar o mundo com uma visão mais ampla, mais abrangente”, disse.
A juíza também destacou o caráter de aproximação, união, reflexão e compartilhamento do evento. “É um momento de pensarmos em arte, cultura, literatura e de cada um expressar o seu pensamento de uma maneira livre, sem nenhum medo, nenhum receio de que vá sofrer qualquer crítica”, frisou. Obervação semelhante fez o juiz Luiz Bessa Neto. “É um momento essencial porque, além da comunicação de arte e de cultura de um modo geral, nós descemos, cada um de nós, a um mesmo patamar”, ressaltou o magistrado.
O juiz Cézar Belmino e a promotora de Justiça Joseana França destacaram o caráter transformador do evento. “O grande desafio aqui hoje é saber o que quer dizer isso: sarau e poesia. Poesia, para mim, quer dizer liberdade e transformação. Nós queremos transformar a nossa realidade”, afirmou magistrado. Joseana considerou o Sarau muito rico porque teve origem na inquietação dos seus idealizadores, lembrando que a inquietação humana traz a vontade de transformar. “Muitos que estão aqui não aceitam as coisas como são postas, da forma que são. E isso traz a vontade de transformar, através do conhecimento e da poesia, que traz sensibilidade. Temos que trabalhar nossa sensibilidade para trabalhar o ser humano”, enfatizou.
Fonte: FCB