A Vara de Execução de Penas Alternativas e Habeas Corpus de Fortaleza (Vepah) promoveu, nesta terça-feira (17/11), debate sobre a relação entre violência e inclusão. Participaram da reunião representantes de instituições parceiras que recebem assistidos por meio da unidade judiciária. O evento ocorreu no 1º Salão do Júri do Fórum Clóvis Beviláqua.
O facilitador foi o professor do Laboratório de Estudos de Violência da Universidade Federal do Ceará (UFC), César Barreira. Segundo ele, “o mundo atual valoriza muito a punição. Estamos perdendo cada vez mais o lugar do Estado como um Estado de bem-estar social, partindo para um Estado penal. A pena alternativa ocupa um lugar central nessa situação”.
O encontro foi aberto pelo diretor do Fórum, juiz José Maria dos Santos Sales, e coordenado pela titular da unidade, Maria das Graças Almeida de Quental. “Há um grande preconceito com os apenados. Só se diminui a violência quando a gente permite a inclusão”, reconheceu a magistrada.
Também participaram o padre Rino Bonvini, da Organização Não Governamental “Movimento Saúde Mental Comunitária do Bom Jardim”, e o monitor do “Projeto Celebrando Restauração”, Antônio Bezerra Ferreira, além da equipe técnica da Vepah.
Rino Bonvini lembrou o preconceito social e falta de oportunidade relacionados aos apenados. Ele defendeu a importância “da confiança, do perdão, da aceitação, da escuta e da amorosidade para oferecer, de novo a essas pessoas, uma oportunidade de se transformarem e evoluírem”.
Já Antônio Bezerra contou uma experiência de ressocialização do “Projeto Celebrando Restauração”. “Trabalhamos exatamente o defeito de caráter de cada um para que eles entendam que é possível superá-los, independentemente do que fizeram”, explicou.