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Trabalho a distância traz benefícios para a vida pessoal e profissional

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O home office mudou para melhor a rotina do casal Juliana Porto e Francisco Ubiratan. Ela, juíza em Itapajé, tinha pouco tempo de convívio com o marido, servidor lotado em Fortaleza. Juntos em período integral durante a pandemia do Covid-19, eles têm a oportunidade de desenvolver tarefas profissionais, compartilhar conhecimentos e cuidar da saúde. Saiba mais nesta reportagem da Série #MEUTRABALHOEMCASA

Passar em um concurso público e seguir a vocação de atuar como magistrada no Interior do Estado pode incorrer em alguns sacrifícios pessoais. Para a juíza Juliana Porto, titular da 1ª Vara da Comarca de Itapajé, o trabalho presencial no Fórum tornava sua semana um pouco solitária sem a convivência com o marido, a mãe e outros familiares.

Porém, com o início do TeleTrabalho, no último dia 23 de março, os dias se tornaram mais alegres na companhia dos entes queridos. A magistrada está passando esse período em Fortaleza, onde reside o marido, Francisco Ubiratan. Ele é servidor concursado do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), lotado na Secretaria de Planejamento. “Este isolamento social em casa nos tem permitido atuar como colegas de trabalho, compartilhando conhecimentos e crescendo profissionalmente”, afirma Juliana.

O home office trouxe outro benefício para a vida do casal. “Começamos a praticar exercícios físicos em casa, o que tem sido maravilhoso, pois me sinto privilegiada ao estar em uma área arborizada, olhando para o céu azul e ao som do canto dos pássaros. Tudo isso representa a vida”.

A juíza também está convivendo mais com a mãe, Júlia Porto, que optou por morar com o casal durante as medidas de combate à pandemia. “Sentar à mesa para comer com minha família representa intimidade e comunhão, além de ser o momento que temos para conversar sobre assuntos diversos, bem como aproveitar para fazer videoconferência com outros parentes”, revela a magistrada, que ao longo do dia precisa dar conta de diversas tarefas ligadas ao Judiciário.

Além das atribuições como titular da 1ª Vara de Itapajé, Juliana Porto é diretora do Fórum da Comarca e também atua junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-CE). “Em Itapajé, geralmente faço minhas refeições sozinha. Meus almoços, por exemplo, costumam ser na sala de audiências. A vida de um magistrado no Interior acaba sendo um pouco solitária. Agora, com o home office, estou tendo o privilégio de fazer todas as refeições na companhia dos dois [mãe e marido]. Esses momentos em família têm sido muitos bons”, destacou.

TECNOLOGIA E PRODUTIVIDADE
De 23 de março a 23 de abril, a unidade em que atua já movimentou 628 processos. Sobre os benefícios do trabalho a distância, a juíza diz que “são inegáveis com relação à produtividade, muito bem expressada nos números divulgados pelo Tribunal de Justiça no tocante ao aumento de sentenças, decisões e expedientes”.

A magistrada considera o uso das novas tecnologias um caminho sem volta. “Precisamos entender a ‘tecnologização da vida,’ mencionada por Ruy Braga no seu livro ‘A rebeldia do precariado’, como uma realidade inafastável. Precisamos também saber lidar com as novas tecnologias de informação e comunicação e extrair delas o que de melhor podem nos oferecer”.
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