No andar térreo da sede do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), as imagens reunidas revelam o trabalho dedicado de mulheres fotógrafas na exposição “Olhar sobre o sensível”. Aberta nesta quarta-feira (26/03), a mostra chega ao Judiciário por meio de parceria com o Museu da Fotografia de Fortaleza, que realiza exposições itinerantes, descentralizando a produção cultural da instituição.

Promovida pela Coordenadoria Estadual Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do TJCE, a exposição celebra o mês da mulher, empoderando e valorizando suas produções artísticas. “Nós estamos precisando exaltar e de fato fazer essas comemorações, porque ainda temos episódios que não são muito bons em relação às mulheres. Então, quanto mais nós pudermos comemorar e exaltar, melhor será porque estaremos contribuindo para a mudança cultural do que é ser mulher”, ressaltou a desembargadora Vanja Fontenele Pontes, à frente da Coordenadoria.

Coordenador-geral de ação cultural do Museu da Fotografia e curador da exposição, Tomás Maranhão destacou a importância da exposição não apenas retratar mulheres, mas de mostrar seus trabalhos. “Por que não trazer o olhar de mulheres fotógrafas? De mulheres que fazem a arte, que estão à frente do seu processo criativo. Então são obras que não documentam só mulheres, mas têm mulheres artistas, mulheres que pesquisam a fotografia. Nos fazem pensar a posição das mulheres na sociedade”.

Tomás também explicou a ideia de fazer com que o acervo circule de fato, para que as pessoas possam consumir esse conteúdo mesmo não conseguindo ir até o museu. “E esse espaço aqui em específico é muito especial pra gente porque foi o primeiro lugar que fizemos a abertura da itinerância das obras do museu. E, atualmente, são oito exposições tanto aqui em Fortaleza quanto no Interior, como no Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha, Quixadá e Quixeramobim”, pontou.

 

 

Prestigiando a solenidade, a defensora pública Francilene Gomes parabenizou o Tribunal de Justiça pela iniciativa. “É muito importante esse momento, porque a fotografia diz muito. Quantas pessoas que vêm ao Tribunal de Justiça, que por um motivo ou outro não têm oportunidade de apreciar a arte? Aqui, com certeza, terão. Então, garantir essa difusão de acesso à arte é também um papel da Justiça”, disse.

Ao observar as obras, a servidora Janaína Marques dos Santos, do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec) do TJCE, se sentiu tocada com a profundidade das imagens. “A gente vê muitas exposições de artes relacionadas a homens, né? Homens que pintaram, que fizeram fotos, eles ficam muito em evidência, mas as mulheres também têm esse olhar pra arte, esse olhar diferenciado. Olhando as fotos, eu vejo a alma nelas, eu vejo vida. Acho que isso tem que ser propagado, tem que ser difundido não só aqui no âmbito do Judiciário, mas em toda a sociedade”, defendeu.

A exposição ficará aberta ao público até o próximo dia 30 de abril, de segunda à sexta-feira, das 8h às 17h. Estiveram presentes na abertura as desembargadoras Silvia Soares de Sá Nóbrega, que também integra a Coordenadoria da Mulher; Ângela Teresa Gondim Carneiro Chaves, coordenadora do Comitê Gestor de Equidade de Gênero do TJCE; e Maria Iraneide Moura Silva, além de servidoras e servidores do Poder Judiciário.

 

SERVIÇO

Exposição “Olhar sobre o sensível”
Local: Andar térreo da sede do TJCE, no Cambeba
Horário: Segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, até 30 de abril