Telefonia móvel rende dor de cabeça ao usuário
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- 04-05-2011
Negócios
04.05.11
Em março deste ano (segundo dados mais recentes da Agência Nacional de Telecomunicações), eram 7.263.919 linhas de telefone celular em funcionamento no Ceará. No entanto, é preciso que as operadoras de telefonia móvel somem esforços e despendam mais investimentos no sentido de melhorar a qualidade dos serviços prestados aos usuários.
Liderando o ranking nacional de reclamações da Anatel contra empresas de telefonia móvel, está a TIM GSM. A operadora registrou em fevereiro último 0,446 queixas por 1 mil acessos em serviços. A empresa é hoje a operadora com maior participação no mercado local. Detém 35,43% dos clientes do Estado. A OI figura na 4ª colocação do ranking, a Claro na 5ª e a Vivo ocupa a 7ª posição.
Muitos são os usuários que ainda se queixam de não conseguir completar ligações em determinados horários ou de dificuldades para contactar a empresa via call center. Contudo, o principal motivo de reclamações (o primeiro lugar no ranking da Anatel) ainda é a cobrança que, para esses consumidores, seria indevida. Das 64.906 reclamações contra todas as operadoras registradas em fevereiro no País, 28.024 está relacionada a esse tema.
Justificativas
A TIM informou, através de sua assessoria de imprensa, “que seus serviços prestados no Ceará podem ter sofrido impactos após a meia-noite devido às atividades programadas para manutenção preventiva de seus sistemas e equipamentos. A empresa reforça que preza pela qualidade dos serviços e entende que, para que seus clientes tenham a melhor experiência de uso, é necessário investir em infraestrutura”, disse a nota.
A OI preferiu não se posicionar sobre o assunto. Já a Claro justificou que “tem conseguido melhoras significativas nos índices oficiais de avaliação da Anatel e Procon. A operadora ressalta que tem priorizado a continuidade dessas melhorias e, com isso, tem aplicado recursos constantemente em tecnologia, processos, ferramentas e treinamento de pessoal especializado”. A Vivo, por sua vez, “destaca que tem a melhor pontuação no Índice de Desempenho no Atendimento (IDA), divulgado mensalmente pela Anatel. A avaliação considera a capacidade das operadoras de atender às notificações e reclamações feitas através da Agência, no prazo de até cinco dias”, disse a nota.
Brasileiro reclama pouco
O presidente da Comissão Nacional de Defesa do Consumidor, Hércules do Amaral, ressalta que o número de queixas formalizadas na Anatel ainda poderia ser bem mais elevado, não fosse a falta de cultura dos brasileiros para tomar esse tipo de atitude. “O exercício do direito de reclamar não vem sendo exercido pelo consumidor brasileiro como deveria ser”, afirmou. O advogado observa que com as privatizações, a população esperava uma melhoria na qualidade dos serviços. “Mas, qualidade ainda deixa bastante a desejar, porque a demanda foi muito grande. O número de linhas colocadas à disposição foi superior à capacidade de atendimento das empresas”. Para ele, há um descompasso entre os preços e o serviço. “Houve uma prioridade na captação de clientes, mas não houve os investimentos necessários”, destacou Amaral. Embora as operadoras se justifiquem informando que estão investindo em melhorias em suas redes, a advogada da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (ProTeste), Tatiana Viola de Queiroz, reforça que o sistema de telefonia no Brasil continua ganhando os rankings de reclamações dos órgãos de defesa do consumidor. “É um serviço prestado com baixa qualidade e o pior de tudo é que o consumidor paga muito caro por isso”, frisa. O usuário insatisfeito com o serviço prestado pela operadora na qual é cliente, e que já prestou queixa, porém não obteve retorno para a sua demanda, deve contactar a Anatel para formalizar a sua reclamação. O órgão que regula as telecomunicações no País disponibiliza o telefone 1331 para este fim. A ligação é gratuita e deve ser feita das 8h às 20h, em dias úteis. Deficientes auditivos podem ligar para 1332.
LÍVIA BARREIRA
REPÓRTER
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