Conteúdo da Notícia

Sarney ameaça indicar nomes

Ouvir: Sarney ameaça indicar nomes

26.05.2009 Nacional pág.: 06
Brasília. O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse ontem que vai cumprir ´rigorosamente´ o prazo de instalação da CPI da Petrobras na Casa Legislativa. Sarney afirmou que se os líderes partidários não indicarem até hoje, no fim do dia, os senadores que vão integrar a comissão, ele próprio vai nomear os parlamentares – como previsto pelo regimento da Casa. ´Eles têm que apresentar os nomes e pelo que determinou o Supremo Tribunal Federal, os que não apresentarem eu nomeio´.
A prerrogativa de indicar os integrantes da comissão é dos líderes dos partidos. O STF determinou que, se os líderes não indicarem, o presidente do Senado tem o prazo de três sessões plenárias para escolher os membros da CPI. A base aliada governista ficou com oito das 11 vagas de titulares na comissão, contra três da oposição.
Com a disposição de atrasar o início das investigações, os governistas articulam nomes alinhados com Planalto para evitar arranhões na imagem da Petrobras. Entre os governistas, o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), já decidiu que não vai indicar os quatro senadores do partido que assinaram o requerimento de criação da CPI: Jarbas Vasconcellos (PMDB-PE), Pedro Simon (PMDB-RS), Mão Santa (PMDB-PI) e Geraldo Mesquita (PMDB-AC). Como o PMDB orientou a bancada a não aderir à criação da CPI, Renan não está disposto a escolher senadores que desrespeitaram a sua orientação.
Os senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Valdir Raupp (PMDB-RO) já se mostraram dispostos a integrar a CPI. Jucá é cotado para assumir a relatoria, mas Renan nega já ter definido os nomes. O líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante, é cotado para integrar a comissão. O nome de Mercadante é apresentado como um dos possíveis relatores da CPI, mas o PMDB tem resistências à indicação do petista. A disposição dos governistas é ficar com a presidência e a relatoria.
A oposição, por sua vez, também disputa a presidência da CPI. O DEM indicou o senador Antônio Carlos Magalhães Júnior (BA) para o cargo. O PSDB, por outro lado, quer Álvaro Dias (PSDB-PR).