Relator acolhe denúncia
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- 05-11-2009
Nacional 05.11.2009
O STF analisou o pedido feito em 2007 pelo procurador-geral da República para abrir ação penal contra Azeredo
Brasília. O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa acolheu parte da denúncia contra o senador e ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB), acusado de envolvimento no esquema conhecido como mensalão mineiro, ao afirmar que existem “indícios robustos” de que o tucano cometeu crime de peculato, ou seja, uso do cargo público em benefício próprio.
O julgamento, no entanto, foi interrompido depois de quase seis horas de sessão, sem que Barbosa, relator do caso, tivesse analisado se existem indícios da prática de lavagem de dinheiro. Durante a leitura de seu voto, ele se mostrou incomodado com as dores crônicas que sente nas costas. A sessão será retomada hoje.
O Supremo começou a analisar pedido feito em 2007 pelo então procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, para abrir ação penal contra o senador para apurar a prática de peculato em sete ocasiões distintas e lavagem de dinheiro em outras seis.
Com base nas informações enviadas pelo Ministério Público e diversos depoimentos prestados sobre o caso, Barbosa detalhou o valerioduto mineiro, que correspondia a desvios de recursos públicos em prol da campanha derrotada de reeleição de Azeredo ao governo de Minas em 1998. O nome é referência ao acusado de operar o esquema, o publicitário mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza. De acordo com a denúncia, validada por Barbosa, a SMPB, empresa de publicidade de Valério – apontado como o operador tanto deste esquema, como o do mensalão federal- alimentou financeiramente a campanha de Azeredo por meio de contratos de publicidade com a Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais), Comig (Companhia Mineradora de Minas Gerais) e Bemge (Banco do Estado de Minas Gerais).Tais contratos somaram uma quantia de R$ 3,5 milhões. O advogado do tucano, José Gerardo Grossi, negou a participação do cliente e caracterizou a denúncia como “imprópria”.