Reinaugurado centro de ressocialização de jovens
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- 11-11-2009
11.11.2009 Fortaleza
Roberta Félix Especial para O POVO – robertafelix@opovo.com.br
As adolescentes em conflito com a lei têm uma nova casa para receber assistência e cumprir medidas de privação de liberdade e de ressocialização. O Centro Educacional Aldaci Barbosa Mota foi inaugurado ontem após reestruturação completa, com capacidade para atender até 40 jovens de 12 a 21 anos, sentenciadas pela Justiça com medidas socioeducativas. O centro oferece também profissionalização e geração de renda por meio do programa Jovem Aprendiz.
A superlotação das unidades de internação é um dos maiores desafios para a recuperação dos adolescentes infratores. Existem hoje cerca de 1.040 jovens cumprindo medidas socioeducativas no Estado, quando a capacidade é de 650 internos nas 12 unidades, oito delas em Fortaleza e quatro no Interior. Os dados são da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social do Estado (STDS).
Esse cenário deve ser melhorado até o fim de 2010 com a abertura de pelo menos 240 novas vagas, segundo a secretária Fátima Catunda, da STDS. Serão construídas duas unidades de internação na Capital, mais uma em Sobral e outra em Juazeiro do Norte. As obras começam em fevereiro. Dois centros de ressocialização serão reformados, em Fortaleza e Juazeiro do Norte, até o fim deste ano.
O investimento nas duas reformas e nos quatro novos centros soma R$ 30,6 milhões. Já foram capacitados 1.260 profissionais. “Com isso, o nosso trabalho se adapta ao Sinase (Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo). Podemos oferecer elevação da escolaridade e profissionalização aos jovens, mais assistência às famílias, garantindo a recuperação“, afirma Fátima Catunda.
No Aldaci Barbosa, as adolescentes têm aulas de manhã e oficinas profissionalizantes à tarde. Elas recebem atendimento médico, odontológico, psicológico e jurídico em unidades conveniadas ao centro e podem contar com sala de leitura, quadra de esportes e jardim.
Uma das jovens, interna há seis meses, concluiu o ensino fundamental e já fez três cursos de capacitação, “coisa que lá fora eu não tinha“, conta. Aos 18 anos (ela cometeu a infração quando era menor de idade), ela planeja continuar os estudos e entrar numa faculdade. “Estou só esperando a minha liberdade pra fazer o que eu quero fazer“, enfatiza.