Professores retornam às salas de aulas
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- 09-06-2009
09.06.2009 Fortaleza
Mariana Toniatti da Redação
Os professores da rede estadual voltaram para a sala de aula ontem depois de 24 dias de greve. O retorno forçado aconteceu depois que o Sindicato Apeoc recebeu a notificação oficial de ilegalidade da greve, declarada no fim da última sexta-feira pelo juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública, Francisco Chagas Barreto Alves. O documento chegou às 11h15min na sede do sindicato. ?À tarde os professores já começaram a retornar. Ordem judicial não se discute, se cumpre. A multa é muito grande?, diz Penha Alencar, presidente da Apeoc.
Pela liminar, a multa diária em caso de descumprimento é de R$ 100,00 para cada professor e de R$ 10 mil para o sindicato. Horas depois, a Apeoc já preparava o pedido de agravo de instrumento, ou seja, de derrubada da liminar. A intenção era dar entrada no pedido ainda ontem. De manhã, antes de receber a notificação oficial, Penha declarou que a ?liminar não se justifica já que o movimento está dentro de todo os trâmites legais?.
O Governo do Estado e o Ministério Público Estadual alegam que parte das demandas já estão sendo atendidas e que a negociação caminhava bem, o que tornaria o movimento de paralisação ilegal.
O deputado Nelson Martins (PT), que media a negociação, cita como exemplo de conquista da categoria o pagamento da progressão salarial. O valor, pago até junho, deve ser incorporado ao salário a partir de julho. De acordo com o Governo, 544 mil estudantes estavam sendo prejudicados com a greve.
O número pesou na decisão do juiz. Até ontem de manhã, o anúncio de ilegalidade não tinha alterado a suspensão das aulas. No Liceu do Ceará, por exemplo, as salas continuavam vazias. ?O que aumentou foi o número de ligações de pais querendo informações. Eles telefonam direto. A pressão é grande. Tem mãe que pergunta se pode vir pra cá pedir para os professores voltarem?, conta a diretora do Liceu, Amélia Landim.
Em cerca de dez minutos, O POVO testemunhou pelo menos umas quatro ligações de pais.
Na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Visconde do Rio Branco, em greve até sexta-feira, as aulas foram retomadas, mas o retorno foi decidido antes da liminar sair. ?Tomamos a decisão antes do decreto de ilegalidade?, conta a diretora Lucilene Parente. A maioria dos professores da escola são temporários. Eles concordaram em voltar a dar aula preocupados com o risco de evasão.
No primeiro dia de retorno poucos alunos compareceram. A sala de Paulo Murilo, 11, tem 34 alunos, mas só oito estavam lá ontem de manhã. ?É que minha mãe ligava todo santo dia?, conta o menino.