27.06.2009 Fortaleza pág.: 03
Bruno Balacóda Redação
Professores da rede estadual de ensino decidiram, no fim da tarde de ontem, suspender a greve, que já durava 42 dias. A deliberação veio após votação em assembleia unificada, que reuniu cerca de mil integrantes da categoria, incluindo professores do município, na Praça da Bandeira, em Fortaleza. A posição dos professores significa o retorno imediato deles às salas de aulas, mas com a mobilização mantida ?em estado de greve?.
A decisão foi influenciada pela determinação da Justiça, que no último dia 5 de junho decretou ilegal a greve do segmento, prevendo multas de R$ 100 (por aluno afetado) e mais R$ 10 mil para o Sindicato dos Professores do Estado do Ceará (Apeoc). Ainda ontem, a Secretaria de Educação do Estado (Seduc) e o Sindicato Apeoc negociaram o calendário de reposição das aulas. Houve divergências de ideias.
O Sindicato quer férias no mês de julho, com retomada nas atividades previstas para agosto. ?Os pais, professores e alunos não aceitam que tenhamos aula em julho, pois todos já se programaram para ter férias. Da nossa parte, queremos que haja aula normal só até o próximo dia 3?, afirma Penha Alencar, presidente do Sindicato Apeoc.
Já a Seduc deseja que não haja interrupção das aulas até setembro. ?Neste semestre, nós só tivemos 40 dias de aula corrido de normalidade e mais outros 50 dias de irregularidade, depois de muito tempo parado. Como fica o semestre desses alunos, tendo em vista que boa parte estará se preparando para o primeiro ano do novo ENEM (exame nacional)??, questiona o secretário adjunto da Seduc, Maurício Holanda.
Ficou acertado na reunião que o impasse será resolvido pela sociedade, em votação que deverá ser aberta ao público na próxima semana no site da Seduc (www.seduc.ce.gov.br). ?A população é que vai decidir se haverá ou não aulas em julho. O resultado dessa votação será acatado por ambas as partes?, garante Penha Alencar.
As propostas aos professores
ESTADO
Concurso público com 4 mil vagas; a mudança de nível dos professores; Discussão sobre a revisão do Plano de Cargos e Carreiras do Magistério e definição do reajuste salarial.
MUNÍCIPIO
Ganho salarial de 6,6% ; aumento de 47% para 50% a regência de classe; subida de nível no Plano de Cargos, Carreiras e Salários; redução de um sábado na jornada mensal; realização de concurso