Prefeito é cassado e Santa Quitéria terá nova eleição
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- 07-05-2009
07.05.2009 Política Pág.: 21
Hébely Rebouças da Redação
Por acusação de compra de voto, a Justiça Eleitoral cassou ontem o prefeito de Santa Quitéria, Francisco das Chagas Mesquita (PSDB), e seu vice, Eduardo Sobral Monte e Silva, também do PSDB. Mesmo com o afastamento dos dois, o comando do município continuará, pelo menos por enquanto, nas mãos dos tucanos, já que, interinamente, quem fica à frente do Executivo é o presidente da Câmara Municipal, José Francisco de Paiva (PSDB). Mas ele só fica no cargo até a realização de uma nova eleição.
O juiz Edson Feitosa dos Santos Filho determinou a posse imediata de Paiva, até que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) convoque novas eleições. Foi fixado prazo de 40 dias para que os partidos realizem novas convenções, lançem candidatos, improvisem a propaganda eleitoral e para que a nova eleição ocorra.
O crime de compra de voto foi detectado pela Justiça após denúncia do Ministério Público, registrada ainda em 2008. Às vésperas da eleição do ano passado, um carro particular com documentos de Chagas Mesquita foi apreendido por uma blitz do TRE. Dentro do veículo, foram encontrados R$ 13.384,00 em espécie, além de uma lista com nomes de eleitores e as benesses que, supostamente, cada um deveria receber em troca do voto. No rol dos agrados estavam valores em dinheiro, objetos como dentaduras, pneus de bicicleta e botijões de gás, além de consultas médicas e obturações dentárias.
Procurado pelo O POVO na noite de ontem, Chagas Mesquita disse que, ainda hoje, irá recorrer da decisão. Ele alegou que não há nenhuma prova contra ele, já que, segundo afirmou, nenhuma das pessoas que constavam na lista encontrada no carro reconheceu ter vendido o voto. Entretanto, o tucano admitiu que o carro apreendido era utilizado em sua campanha e afirmou, com naturalidade, que os R13.384,00 também eram seus. ?É porque eu tenho um negócio em Santa Quitéria, uma transportadora. É dinheiro que eu movimento, normalmente?, alegou.
Trâmite
Segundo o promotor Elton Leal, a decisão da Justiça deve ser cumprida imediatamente, a menos que o TRE resolva conceder liminar que mantenha o prefeito e o vice em seus cargos. Do contrário, o novo processo eleitoral deve ser iniciado em até 20 dias. Caso a inocência dos dois seja provada após o novo pleito, eles deverão ser restituídos no cargo.