Poder Judiciário promove palestra sobre Acessibilidade e Inclusão
- 1577 Visualizações
- 28-04-2016
A Divisão de Educação Corporativa da Secretaria de Gestão de Pessoas (SGP) do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) promoveu, nesta quinta-feira (28/04), palestra com o tema “Acessibilidade e Inclusão: Conceitos e Princípios”. Cerca de quarenta servidores e colaboradores do Judiciário participaram do evento, que teve à frente a professora Vanda Magalhães Leitão, doutora em Educação e diretora da Secretaria de Acessibilidade UFC Inclui, da Universidade Federal do Ceará.
A palestrante falou sobre a Lei Brasileira de Inclusão, também chamada de Estatuto da Pessoa com Deficiência, que entrou em vigor em janeiro deste ano, e disse que a legislação trouxe uma série de garantias. No entanto, segundo ela, ainda existem muitos desafios a serem vencidos.
Vanda Magalhães Leitão exemplificou as dimensões da acessibilidade (atitudinal, arquitetônica, pedagógica, tecnológica, comunicacional e linguística) e disse que é necessário um trabalho multidisciplinar para avançar. “Além da arquitetura e da pedagogia, a tecnologia assistiva tem dado um aparato fantástico às pessoas cegas, ou que escutam mas não falam”, disse.
Ao final, enalteceu a importância de discutir o tema no Poder Judiciário. “A acessibilidade tem a ver com todos nós. Precisamos quebrar a cultura do individualismo, aceitar essas pessoas e saber que elas têm direitos tanto quanto nós”, salientou.
Para o diretor da Divisão de Educação Corporativa, Flávio Gonçalves, o objetivo principal da palestra foi fazer com que os servidores saibam se colocar no lugar de quem têm algum tipo de deficiência. “Além das pessoas que trabalham aqui, nós atendemos ao público e precisamos saber o que cada um precisa quando chega ao Judiciário”, afirmou.
Segundo Jacqueline Lima Alves, diretora do Departamento de Gestão de Pessoas e Saúde Organizacional, da SGP, é necessário desenvolver a sensibilidade para que as pessoas possam ser tratadas de maneira correta, sejam elas deficientes ou não. “É preciso despertar nas pessoas o interesse de conhecer o mundo do outro”, ressaltou.
No último concurso para servidores, dos 238 aprovados, 15 são deficientes físicos que estão trabalhando no Poder Judiciário. O TJCE também tem parceria com a Associação de Pais e Amigos do Deficiente Auditivo (Apada) e, atualmente, emprega 55 pessoas surdas. Elas desempenham as funções de higienização ou digitalização de processos, no Fórum Clóvis Beviláqua e no Tribunal, e contam com o auxílio de seis intérpretes.
Monique Abud consegue escutar com o auxílio de um aparelho auditivo e também desenvolveu a fala. Há cerca de um ano, ela trabalha no Setor de Protocolo do Tribunal e ficou satisfeita com a palestra. “É como a professora falou: certas funções podem ser perfeitamente desempenhadas por quem tem algum tipo de deficiência. Tem pessoas ouvintes, “normais”, que não conseguem desenvolver nosso trabalho com tanta eficiência”, finalizou.