A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-CE), através do movimento Justiça Já, realizou, ontem, no Fórum Clóvis Beviláqua, uma vigília de 24 horas em protesto contra a atual situação da Justiça Estadual. Com isso, a ordem espera chamar a atenção da sociedade para o momento. Cerca de 150 advogados estiveram presentes. O ato cívico iniciou às 16h e prosseguirá até as 15h de hoje, ao lado da entrada principal do Fórum.
Advogados, além de integrantes do Fórum Estadual Permanente em Defesa da Justiça, membros de Comissões da Ordem, Fundação Escola Superior de Advocacia do Ceará (Fesac), Caixa de Assistência dos Advogados do Ceará (Caace) e Subsecções farão revezamentos acompanhados de 24 velas que serão apagadas a cada hora.
Segundo o presidente da OAB-CE, Valdetário Monteiro, os problemas na justiça do Ceará são muitos. Faltam juízes e servidores nas Varas de Fortaleza e Comarcas do Interior, a virtualização de documentos está complicada e isso causa complicações no acesso aos processos, demora grande nos julgamentos, precariedade da estrutura e, também, o atraso nas obras de reforma do prédio do Clóvis Beviláqua.
“A nossa proposta aqui é chamar a atenção da sociedade para melhorar a situação da Justiça do nosso Estado. Exigindo essas melhoras, queremos proteger a população”, explicou o presidente da OAB-CE.
Ele comentou que esta situação foi constatada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que há dez dias divulgou relatório apontando quadro problemático na Justiça cearense. “Infelizmente, hoje, temos um dos piores judiciários de nosso País”, reclamou.
União
Monteiro acrescentou que os problemas na Justiça cearense têm feito com que os processos fiquem lentos e, com isso, toda a sociedade acaba prejudicada. “Somente a união de todos poderá reverter essa situação atual. Um judiciário forte é uma sociedade forte”, concluiu.
Para o secretario-geral adjunto da OAB-CE, Ricardo Bacelar, é preciso colocar ordem no Judiciário de todo o Estado para que ele possa funcionar corretamente. “A sociedade precisa saber quais as deficiências encontrados em nosso sistema jurídico”, afirmou Ele acredita com a existência de um dos piores judiciários do Brasil, como constatou o relatório do CNJ, fica difícil que grandes empresas venham para o Ceará. Com isso, o Estado deixa de arrecadar bastante dinheiro e várias pessoas ficam sem oportunidade de emprego. “Os processos não se movem. Algumas Varas param por meses devido às reformas. Precisamos colocar o Fórum Estadual para trabalhar l”.
A assessoria de imprensa do Fórum Clovis Beviláqua informou que o diretor, que poderia falar sobre a situação do local, estava indisponível para fornecer essas informações.