Conteúdo da Notícia

Nova ferramenta de Inteligência Artificial do TJCE é lançada em encontro com gestores

Ouvir: Nova ferramenta de Inteligência Artificial do TJCE é lançada em encontro com gestores

A transcrição de áudios e vídeos de audiências e reuniões virtuais ou presenciais já pode ser realizada por meio de Inteligência Artificial (IA) no Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE). Isso graças à ferramenta Talia, que teve sua primeira versão lançada nesta sexta-feira (06/09), no “4º Encontro com Gestores da Área Judiciária”, ocorrido na Escola Superior da Magistratura (Esmec).  

Os detalhes foram apresentados durante a palestra “Inteligência Artificial e Robotização na Prestação Jurisdicional”, que teve à frente o juiz auxiliar da Presidência do Tribunal, Ricardo Alexandre Costa. Na ocasião, ainda foram abordados os sistemas de IA Sara e Midas, já em utilização, além dos robôs que têm otimizado os trabalhos de servidores(as) e magistrados(as) do Judiciário cearense.  

Segundo o analista judiciário Rafael Garcia, da Secretaria de Tecnologia da Informação (Setin), com a Transcrição Automática de Linguagem por Inteligência Artificial (Talia), a transcrição do áudio é transformada em um arquivo de texto e pode ser checada e corrigida ouvindo os áudios e vídeos originais, que também podem ser tratados pela ferramenta para facilitar a escrita. Outra vantagem é identificar e separar os diferentes falantes.  Já foram feitos testes com grupos de magistrados(as) e na área administrativa, com bons resultados. 

Já o Mecanismo Identificador de Atos Similares (Midas) é capaz de agrupar atos processuais similares, principalmente despachos, trabalhando-os de forma mais rápida, uniforme e célere, pois identifica o conjunto de processos em que o servidor precisará trabalhar da mesma forma.  A Sara, que está sendo utilizada de forma piloto na Área Cível, lê uma série de peças alimentadas no sistema e gera um relatório com um resumo daquele conjunto de peças. A ferramenta foi desenvolvida no âmbito do programa Cientista Chefe, em parceria com a Universidade de Fortaleza (Unifor). 

A diretora da Diretoria de Análise Cível Residual, Sara Cavalcante, é usuária do Sistema Midas. Para ela, o impacto é a agilidade na análise dos processos. “O Midas já separa processos que têm um mesmo texto. O servidor não precisa ficar abrindo e lendo processo por processo. A planilha do sistema já diz o que tem de fazer. O servidor só vai configurar o ato e encaminhar o processo para publicação”, afirma. 

Para o oficial de gabinete Bruno Bezerra, as ferramentas “são importantes no uso do dia a dia, não para substituir o servidor, mas como uma maneira de auxiliar, melhorar a produtividade e prestar atividade jurisdicional à sociedade, que tem muita expectativa no sentido de dar celeridade aos processos e julgar com qualidade”.  

ROBOTIZAÇÃO
O terceiro palestrante foi Márcio Serpa, que está à frente da Coordenadoria de Robotização e Automatização da Setin. Ele lembrou que, sendo utilizados há três anos no Tribunal, os robôs fazem trabalhos repetitivos, liberando servidores para outras atividades que não podem ser automatizadas. Entre as vantagens estão padronização de procedimentos, celeridade, continuidade e produtividade, além do fato de se evitar falhas humanas.  

O coordenador explicou que a diferença da Automação Robótica de Processos (RPA) para as ferramentas de IA é que os robôs fazem um trabalho específico pré-determinado, enquanto a Inteligência Artificial entra na parte cognitiva, entendendo problemas e propondo sugestões.  

Os robôs podem ser solicitados por formulário na TJNET e, após avaliação, disponibilizados, se possível. Atualmente, 54 robôs estão em funcionamento no TJCE. 

“Quanto mais robôs a gente utiliza para atividade mecânicas, mais sobra tempo para deixar os outros sistemas mais saneados. Aqui, o tempo inteiro, a gente analisa atividades repetitivas para criar robôs e cada vez mais ter uma dinâmica melhor nas atividades que realmente sejam necessárias ser feitas como atividade humanas”, analisa Luciano Almeida, assistente da 3ª Vara de Execução Penal de Fortaleza.   

A servidora Sara Cavalcante está com várias ideias de solicitação de robôs. “Considerando a quantidade processos que a gente tem e que muitos deles são repetitivos, acredito que a robotização vai contribuir muito com os serviços do setor”, comemora. 

As ferramentas de IA e RPA integram a Estratégia de Transformação Digital do TJCE, contemplada pelo Programa de Modernização do Judiciário Cearense (Promojud). O objetivo é direcionar esforços e recursos para ações que melhorem a prestação de serviços através de avanços tecnológicos. 

 

Promojud