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Maternidade e carreira pelos olhos das mulheres que fortalecem o Judiciário

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Na quarta parte da série “Muitos jeitos de ser mãe”, produzida pela Assessoria de Comunicação do TJCE, profissionais contam como equilibram a maternidade e a dedicação à carreira. A matéria destaca também o Programa de Lideranças Femininas do Judiciário cearense e a importância de acolher e apoiar as mães para que se desenvolvam no ambiente de trabalho

 

 

Tornar-se mãe é uma experiência transformadora que, quase sempre, envolve o desafio de encontrar o equilíbrio necessário entre o tempo dedicado aos filhos e à vida profissional. O Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) é o destino diário de muitas dessas mulheres – magistradas e servidoras no exercício de funções essenciais para a Justiça e para a sociedade e que, assim como a maternidade, exigem alto grau de comprometimento.

Cada uma à sua maneira, elas encontram formas de administrar esses múltiplos papeis, lidar com as culpas e pressões que recaem sobre as mulheres e criar filhos saudáveis e felizes, ao mesmo tempo em que buscam se desenvolver no mercado de trabalho, realizar-se e ocupar espaços de destaque e protagonismo.

 

 

A desembargadora Jane Ruth Maia de Queiroga, mãe de quatro meninos, acredita que a autocobrança é a maior dificuldade a ser vencida no dia a dia. “Quando meu primeiro filho tinha seis anos e dispunha da dedicação exclusiva da gente, disse pra mim que jamais queria trabalhar no que faço porque ‘não acabava o trabalho’. Entretanto, à medida que eles foram crescendo, foram simpatizando com o Direito e percebendo que tudo faz parte de mim. Na pandemia, escutei do mais novo que queria fazer o que faço porque gostava das audiências”, relata a magistrada.

A desembargadora explica que constantemente se divide entre o lar e o fórum, mas sem esquecer de um enquanto atua no outro. “Não fui um bom exemplo quanto a ‘não levar trabalho pra casa’. Acho que a conciliação que fiz foi justamente essa. Minhas funções se misturam em ambos os locais. Não deixo de atender aos filhos que me ligam quando estou no fórum, dou a atenção necessária e procuro resolver o problema. Se precisam de mim é porque posso ajudar. Em ocasiões em que não consigo auxiliar, mando a foto de mim mesma no que estou fazendo e uma mensagem de que confio neles para resolver da melhor forma. Os aprendizados de uma função agregam na outra perfeitamente, me fazendo sentir completa e realizada”, conta.

 

 

A diretora de secretaria Antonia Lúcia Bezerra tinha apenas 19 anos quando se tornou mãe de uma menina e, cerca de um mês depois, já entrou no mercado de trabalho. “No início, foi muito difícil ter que deixá-la e, por ter que passar cerca de quatro a cinco horas fora, quando ainda estava amamentando, as mamas costumavam ficar muito doloridas. Mas eu tinha que trabalhar, não tinha outra opção”, lembra.

Na época, a rede de apoio foi essencial para que ela continuasse ascendendo na carreira. “Hoje, minha filha tem 18 anos. Ao longo desse tempo, eu tive vários trabalhos. Passamos, por exemplo, pela época de colégio, quando tinha que ter um jogo de cintura para fazer tudo dar certo. O que às vezes acontecia e às vezes não”, detalha a servidora, que atua no TJCE há dez anos.

A maior parte das dificuldades, atualmente, fazem parte do passado. O que ficou foi o sentimento de sucesso por as ter superado. “Apesar de ter sido mãe muito jovem, foi gratificante. Eu aprendi muito com ela. Tive que aprender a ser mãe, mesmo achando que sempre tive o instinto maternal. Ninguém sabe ser mãe aos 19 anos. Eu tive que aprender a lidar com várias atribuições, mas acho que consegui. A maternidade me deixou mais madura e ser mãe é saber que nunca estaremos sozinhas”, pontua.

 

 

A servidora Roberta Jucá está à frente da Unidade de Gerenciamento do Programa de Modernização do Judiciário (Promojud) e sente que os momentos de dificuldade são uma parte importante para que os seus dois filhos a conheçam por inteiro. “Eu sou muitas, tenho várias facetas e é exercendo essa pluralidade que me sinto plena e feliz”, afirma.

Em casa, Roberta recebe força e coragem diante da missão de iluminar o caminho de seus filhos. Na Justiça, a sensação é de gratidão pela oportunidade de melhorar a vida de outras pessoas, que também fazem parte da comunidade na qual estamos todos inseridos. “Amo ser mãe dos meus meninos. É o que me instiga a ser melhor todos os dias. Já exercer o meu trabalho é o que me dignifica e honra”.

Mesmo com um pensamento positivo diante das adversidades, a servidora conta que, internamente, a culpa atua como uma grande vilã. “Por isso, é fundamental que as empresas e instituições valorizem e apoiem as profissionais que, assim como eu, escolheram ser mães. Porque somente assim poderemos exercer todo o nosso potencial”, defende.

 

 

 

No TJCE, o Programa de Fortalecimento de Lideranças Femininas, integrado ao Promojud, atua como estratégia de preparo para mulheres que ocupam ou desejam ocupar posições de liderança. As ações desenvolvidas no âmbito do programa incluem workshops, palestras e mentorias, que contemplam temas que vão desde a equidade de gênero e a inclusão feminina, até a orientação profissional e o desenvolvimento das habilidades de gestão. Com a iniciativa, o Judiciário também visa auxiliar mulheres líderes no enfrentamento dos desafios do ambiente digital e impulsionar a modernização dos processos judiciais.

 

 

 

A série de reportagem “Muitos jeitos de ser mãe” continua durante este mês, em homenagem ao Dia das Mães, comemorado no dia 12 de maio. Por meio de relatos de magistradas e servidoras da Justiça, traz um olhar para a maternidade real, em sua pluralidade de vivências e desafios. A série destaca também os serviços oferecidos pelo TJCE que beneficiam as mães, sejam elas profissionais ou usuárias da Justiça.

A primeira matéria contou histórias de servidoras que, mesmo diante de obstáculos, encontraram caminhos para exercer a maternidade (Acesse aqui). Na segunda, mães de primeira viagem compartilham os sentimentos e desafios do puerpério (Clique aqui). A terceira matéria mostrou as transformações da maternidade em diferentes fases da vida (Acesse aqui). A quarta parte abordou a busca pelo equilíbrio entre carreira e maternidade (Confira aqui).

Os próximos temas abordam as lutas das mães por uma sociedade mais inclusiva e livre de preconceitos, além da importância de cuidar, também, de quem cuida. Continue acompanhando nos canais de comunicação oficiais do TJCE.