Matador condenado em Icó
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- 08-05-2009
08.05.2009 Polícia Pág.: 16
A população da cidade do Icó (a 375Km de Fortaleza) parou, ontem, para protestar e acompanhar o julgamento de um homem acusado de matar dois adolescentes naquele município, há quatro anos. O duplo assassinato foi praticado com requintes de crueldade e ficou conhecido na memória dos moradores de Icó como a ´tragédia das Oiticicas´, numa referência ao local onde o delito ocorreu. O assassino ainda espalhou velas, garrafas e limões em volta dos cadáveres, simulando um ritual satânico.
Depois de quase nove horas de sessão, o Tribunal do Júri de Icó decidiu condenar a 31 anos de prisão o autor dos assassinatos, José Erivonaldo de Oliveira. Ele respondeu pelo duplo assassinato que vitimou os jovens Wanderson Nunes da Silva e Hálysson Bruno Moreira Cunha, que, na época, tinham 15 anos de idade.
Os corpos foram encontrados na manhã de 24 de julho de 2005, com vários golpes de faca. Em seguida, o assassino tratou de acender velas e colocar em volta dos cadáveres copos e garrafas com bebidas e limões. Depois, subiu num pé de oiticica e, com um copo de cachaça na mão, passou a bradar que havia assassinado duas pessoas. Em seguida, fugiu, mas horas depois foi preso.
Segundo apurou a Polícia, na época, o acusado era dono de um bar na localidade de Oiticicas, na zona rural de Icó. Ele teria convidado os dois adolescentes para ajudá-lo a despachar os clientes. Pelo trabalho, os dois rapazes ganhariam uma gratificação. Porém, tudo não teria passado de uma trama para o duplo homicídio, cujo motivo até hoje não foi completamente esclarecido pela Justiça. Na época, o acusado confessou a autoria dos crimes, embora não tenha explicado a razão.
Ontem, o promotor de Justiça Antônio Robson Timbó Sales, chegou a dizer que os depoimentos prestados por Erivonaldo foram um verdadeiro ´samba do crioulo doido´, ressaltando as contradições do réu. O promotor tentou compreender e explicar aos jurados o que teria motivado o crime.
Cartazes
Desde cedo da manhã, familiares dos dois rapazes assassinados faziam um protesto em frente ao Fórum de Icó. Com cartazes nas mãos eles pediam justiça e repudiaram a chegada do acusado. O réu, que estava recolhido na Casa de Custódia de Caucaia, chegou sob forte escolta de PMs.
O juiz Luiz Carlos Saraiva Guerra presidiu o julgamento e, após anunciar o veredicto, mandou que o réu fosse levado para a Penitenciária Industrial Regional do Cariri (Pirc), em Juazeiro do Norte, onde Erivonaldo cumprirá a pena (colaborou, Richard Lopes, de Icó).