Manoel Santana volta para a assustada cidade
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- 12-01-2011
12.01.2011 política
Por Macário Batista – Enviado a Juazeiro do Norte
Não se falava noutro assunto, ontem, em Juazeiro do Norte: Santana vai voltar. No meio dos vereadores ainda havia dúvidas, porque não entendiam que história era essa de prazo perdido para a realização da continuidade da sessão de cassação do prefeito Manoel Santana, suspensa no distante 28 de setembro do ano passado. Nas esquinas ?juristas? de última hora opinavam sobre tudo, deitando falação a respeito de artigos constitucionais.
No Pau do Guarda, no Crato, onde funciona um boteco chamado ?O Véi do Caldo?, juazeirenses que, todo dia, saem de sua cidade para o café da manhã, discutiam acalorados o que iria acontecer e as teses eram as mais estapafúrdias. Os sentimentos à flor da pele e os interesses saltando aos olhos, quem defendia Santana fora do poder alegava que a o número de votos para a cassação ? 12 a 1 ? por si só mostrava os erros do prefeito.
Quem defendia a volta de Santana, gritava que foi golpe e que o respaldo político do PT nacional o faria voltar: ?Nós temos a força do partido no Governo e não vão deixar que a gente perca um posto tão importante como a Prefeitura de Juazeiro. E mais, nós vamos promover o retorno de todos os companheiros que José de Amélia afastou de ontem pra hoje?, defendia um juazeirense entusiasmado com Santana. As rádios, já por volta do meio dia, discutiam a decisão judicial e liam com ênfase o despacho do desembargador Ernani Barreira Porto, presidente do Tribunal de Justiça do Ceará, o mesmo que havia decidido pela continuidade da sessão, que ele tornou nula ontem.
O documento foi uma ducha de água fria nos vereadores. Também provocou um fervilhão entre os servidores do município que, por sinal, não trabalharam ontem. Em seus postos, os funcionários não comissionados apenas fumavam e batiam papo mesa-a-mesa, comentando o assunto que transtornou suas vidas funcionais da noite para o dia. Por último, fecharam as portas do prédio onde funciona a Prefeitura no centro da cidade, pondo a Guarda Municipal na porta para proibir a entrada de quem quer que seja, principalmente a imprensa.