Justiça nega habeas corpus para três policiais civis acusados de tortura e sequestro
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- 18-11-2010
18.11.10
?A 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) negou pedido de habeas corpus em favor dos policiais civis José Benedito Lopes Ribeiro, Aristides Ferreira dos Santos Neto e Raimundo Flavinei Moreira Liberato, acusados de tortura e sequestro no município de Horizonte, distante 40 km de Fortaleza. A relatora do processo foi a juíza convocada Maria Iraneide Moura Silva.
Os três policiais estão presos, preventivamente, desde 24 de agosto deste ano. A defesa ingressou com habeas corpus (nº 46239-74.2010.8.06.0000/0) no TJCE, alegando constrangimento ilegal, que os acusados são primários, possuem bons antecedentes criminais, residências fixas e profissões definidas.
Ao analisar o processo nessa terça-feira (16/11), a 1ª Câmara Criminal, por unanimidade, denegou a ordem. ?Reporta-se às notas da materialidade e da autoria do sequestro, praticado por um bando de quatro homens, três deles que tinham, por dever de ofício, a obrigação de servir e proteger a sociedade?, destacou no voto, a relatora.
O CRIME
Segundo denúncia do Ministério Público (MP), no dia 6 de agosto passado, os acusados torturaram C.N.L. e W.C.L.L e, em seguida, sequestraram os dois, juntamente com uma terceira vítima, D.M.F.P..
As vítimas só foram liberadas após pagamento do resgate no valor de R$ 10 mil.
Os acusados, na companhia de uma quarta pessoa, e utilizando a viatura do 6º Distrito Policial, de Horizonte, foram ao sítio de W.M.L., marido de D.M.F.P.. O MP afirmou que, ao chegarem ao local, os três se identificaram como policiais, mandando que todos ficassem quietos, pois havia uma denúncia de tráfico de drogas e iriam realizar busca no sítio. Eles permaneceram todo o tempo armados.
Questionados sobre a existência de mandado de busca e apreensão, os acusados reagiram com agressividade. C.N.L. foi levado a um dos quartos da residência e agredido com socos por Raimundo Flavinei e pelo quarto homem, ainda não identificado. Foi ainda sufocado com um saco plástico, colocado na cabeça. O objetivo era que a vítima falasse onde estava a droga. Como não falou, continuou sendo sufocado e agredido, chegando a desmaiar.
Em seguida, Raimundo Flavinei passou a agredir e sufocar W.C.L.L.. D.M.F.P. foi obrigada a pegar a chave do carro de seu esposo (W.M.L.) e a entrar no referido veículo, que foi guiado por Flavinei. Enquanto isso, os outros dois acusados, o quarto comparsa e as outras duas vítimas seguiram na viatura em direção a Maracanaú, onde o resgate foi pago.?
(Site do TJ-CE)