Em homenagem aos 10 anos da oficina de parentalidade do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) da Comarca de Fortaleza, foi iniciada, nesta segunda-feira (05/08), no Fórum Clóvis Beviláqua (FCB), uma semana especial de eventos. Com o tema “Oficina Pais e Filhos: A Justiça a Serviço do Amor”, a programação reforça a importância das oficinas para as famílias e o papel que desempenham para que crianças e adolescentes tenham uma relação saudável com os pais e mães, independente de conflitos conjugais.

A juíza coordenadora do Cejusc de Fortaleza, Ana Carolina Montenegro Cavalcanti, relata que o impacto na vida das pessoas não pode ser quantificado através de números. “Gostamos muito de dizer que os números falam por si só. Mas, no caso das oficinas, é uma exceção. Os números não falam por si só. A gente fala de mais de 4 mil pessoas atendidas, mas a repercussão desses atendimentos é muito além dos números, não é possível quantificar. O impacto disso na vida dessas pessoas não se resume àqueles que estão ali assinando a lista de presença”, salienta.

A magistrada acrescenta que a oficina é um momento de ressignificação e de entendimento dos próprios sentimentos. “As pessoas atendidas passam por um momento de ressignificação do amor, de reinterpretação de sentimentos e de recondução de uma vida familiar. Eles levam esses ensinamentos para suas vidas pessoais e privadas e aí, como uma cascata, através de seus exemplos, influenciam outros. E nós, dessa forma, contribuímos para uma convivência mais harmônica”.

Representando a Presidência do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), a desembargadora Vanja Fontenele Pontes, supervisora do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec), agradeceu ao trabalho realizado pela Cejusc de Fortaleza. “Nós, como seres humanos, ainda temos práticas tão dolorosas, que machucam tanto a vida humana. Então, o meu agradecimento hoje é como ser humano, como habitante deste planeta, que precisa melhorar nas suas relações, precisa conter os seus índices menos dignos. Um trabalho como esse tem reflexos dos participantes das oficinas que se estendem pela sociedade do futuro. E a minha reverência vai para vocês nesse momento”.

Compuseram a mesa da cerimônia a supervisora do Nupemec, desembargadora Vanja Fontenele Pontes; a coordenadora da Cejusc, juíza Ana Carolina Montenegro Cavalcanti; e a diretora do FCB, juíza Solange Menezes de Holanda. Também participaram a desembargadora Jane Ruth Maia de Queiroga; a coordenadora do Nupemec, juíza Ana Paula Feitosa; as juízas Leopoldina de Andrade Fernandes, Jovina D’avila Bordoni e Raquel Otoch; e a defensora pública Rozane Martins Miranda, representando a defensora pública geral do Ceará, Sâmia Costa Farias.

II TURMA DE EXPOSITORES
Durante a solenidade, alunos da II Turma de Expositores da Oficina Pais e Filhos, receberam, pelas mãos das convidadas da mesa de honra, o certificado de conclusão do curso.

Entre as alunas, Letícia Regina Bonfim Liberal, psicóloga e voluntária da oficina, conta que foi muito importante ter feito parte da capacitação. “Eu sou voluntária aqui há mais ou menos uns dois anos e, juntando a experiência com a teoria que o curso pode proporcionar, foi uma experiência incrível, foi uma opção muito boa porque trouxeram muitas informações que às vezes faltavam, outros pontos de vista também, outras perspectivas que às vezes na hora a gente não tem e, no final de tudo, poder receber esse certificado é muito gratificante e muito feliz”.

A psicóloga conta que entrou como estagiária e se apaixonou pelo trabalho da psicóloga responsável pelas oficinas, Mônica Sant’Ana Mantini. “Na época ainda estava na faculdade e eu acabei gostando tanto daqui, do trabalho da Mônica, que me encantou os olhos. Eu via o quanto ela amava esse trabalho, que eu acabei não conseguindo sair. Eu continuo como voluntária aqui para ajudar no que eu puder”.

Ao final, todos foram convidados a visitar a exposição de fotos da oficina, um histórico dos anos de 2014 a 2024, e visitar o espaço onde os encontros acontecem, no Setor Amarelo do FCB, nível 0, salas 9, 10 e 11. Em uma delas, o grupo participou de uma das dinâmicas realizadas durante a oficina, intitulada “Por trás de mim estão todos os meus ancestrais me dando força”, na qual falam sobre família e filhos.

Nesta terça-feira (06/08), a partir das 9h, serão realizadas palestras no auditório principal da Escola Superior da Magistratura do Ceará (Esmec). A comemoração segue no decorrer da semana, atendendo pais convidados e alunos inscritos previamente para a III Turma de Formação de Expositores.