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Júri condena a 46 anos e 7 meses de prisão acusado de matar a companheira em Itapipoca

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Acusado de matar companheira com diversos golpes de faca, Antônio Maria Rodrigues Ferreira foi condenado a 46 anos e 7 meses de prisão, em regime fechado, pelo Conselho de Sentença do Júri da Vara Única Criminal da Comarca de Itapipoca, durante sessão de julgamento que durou 12 horas, realizada nessa quinta-feira (20/10). O crime ocorreu em 10 de março de 2019, dois dias após a data que comemora o Dia Internacional da Mulher. O acusado também esfaqueou o filho e o sobrinho da vítima, que foram socorridos e sobreviveram.

As condenações foram divididas em 23 anos e 3 meses pelo crime de feminicídio (homicídio motivado pela condição de gênero) contra a esposa, 10 anos e 10 meses por tentativa de homicídio qualificado contra o filho da vítima e 12 anos e seis meses por tentativa de homicídio qualificado contra o sobrinho de sua companheira, que é portador de deficiência mental.

Conforme decisão do Júri, presidido pela juíza Leslie Anne Maia Campos, as circunstâncias do crime foram “graves, tendo o próprio Conselho reconhecido a situação de impossibilidade ou dificuldade de defesa da vítima, pois a mulher foi mantida dentro de sua residência, trancada pelo próprio réu com a finalidade de assegurar a consumação do feminicídio. O meio cruel e o motivo torpe também foram reconhecidos como circunstâncias qualificadoras”.

O CRIME
Segundo os autos, o acusado e a vítima eram casados há oito anos e residiam no Município de Itapipoca. Na noite do crime, por volta das 23h, após uma discussão, Antônio apoderou-se de uma faca e, primeiramente, agrediu o filho da esposa. Logo em seguida, motivado por ciúmes, e, após a companheira ameaçá-lo dizendo que registraria um boletim de ocorrência contra ele na Delegacia da Mulher, o acusado desferiu vários golpes de faca em órgãos vitais da vítima, inclusive no rosto. Também lesionou o sobrinho da mulher, que tem deficiência mental. O réu foi preso em flagrante por policiais que chegaram ao local meia hora depois, acompanhados de ambulâncias do SAMU. Em outras ocasiões, a mulher já havia sido vítima de violência doméstica, mas nunca denunciou o agressor.