O primeiro encontro realizado pela Gestão 2025-2027 do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) com juízas e juízes de todo o Estado ocorreu nesta sexta-feira (14/02), na Escola Superior da Magistratura do Ceará (Esmec).O objetivo foi dialogar e debater sobre questões referentes às situações em cada comarca e à magistratura como um todo.

Ao abrir a reunião, o presidente do TJCE, desembargador Heráclito Vieira de Souza Neto, agradeceu a presença dos cerca de 250 magistrados(as), que lotaram o auditório da Esmec. “Este momento de encontro, de contato físico, já me faz sentir que o objetivo deste encontro foi alcançado. É também para nós, gestores, que não nos colocamos como superiores a ninguém, nem detentores de todas as soluções, mas temos um plano, um planejamento estratégico que vamos tentar cumprir e ampliar, corrigir rotas. E a palavra das senhoras e dos senhores é fundamental para isso”.

O chefe do Judiciário afirmou que “o pensamento é seguirmos fazendo as reuniões com magistrados e magistradas com números mais reduzidos, para tratar de problemas mais localizados de cada região, aqui da Capital, por área também, com cada especialidade. Precisamos ter a noção de que estamos unidos por uma causa maior.”

O vice-presidente do TJCE, desembargador Mauro Ferreira Liberato, reforçou que a Gestão estava ali aberta, disponível para dialogar. “Viemos pensando desde quando nós decidimos colocar nossos nomes para a nova Direção do Tribunal de Justiça, em este ser um mote da nossa Administração, de ouvir os nossos magistrados(as). E eles têm que ser ouvidos como parte de um todo desta Administração.”

À frente da Corregedoria-Geral da Justiça, a desembargadora Marlúcia de Araújo Bezerra falou sobre as ideias que tem para Gestão. “Eu acredito numa Corregedoria pedagógica, numa Corregedoria do diálogo, eu pretendo conhecer a realidade de todas as comarcas. Olho no olho, sem formalismo.” Na ocasião, lembrou que “é realmente um momento histórico para a nossa Instituição ver o auditório da Esmec lotado de magistrados que acolheram esse convite, é de uma importância fundamental acontecer logo no início da Gestão. Enche a gente de esperança nesta luta, nossa luta diária pela causa da Justiça.”

Primeira eleita como ouvidora do Poder Judiciário, a desembargadora Andreia Mendes Bezerra Delfino externou a satisfação de estar presente à reunião. “Apesar de não fazer parte da Direção, a Ouvidoria está sempre sendo valorizada nesta Gestão. É um canal de interlocução entre a sociedade e o juízo, mas também entre os juízes, nós todos, e o Tribunal. Então nós queremos ser sempre pontes, pontes de diálogo”.

 

GESTÃO PARTICIPATIVA

 

A juíza Giselli Lima, titular da 12ª Vara Criminal de Fortaleza, foi uma das magistradas presentes. “Este momento demonstra que a Gestão quer ouvir toda a magistratura, que vai ser uma Gestão participativa, democrática, de ouvir para melhor gerir.”

Há um ano e meio na Comarca de Ubajara, a juíza Fernanda Rocha reiterou a importância dessa comunicação. “O encontro de hoje, para nós, juízes, é muito importante porque sinaliza que a Gestão vai ter todo um período de diálogo e de comunicação, principalmente com juízes que estão no Interior, que é o meu caso. Quando o novo presidente se dispõe a fazer esta reunião, ele sinaliza que todos serão ouvidos, independentemente da distância que estão de Fortaleza, o que é excelente para toda a categoria e principalmente para o jurisdicionado, porque aqui a gente consegue tratar de problemas das nossas comarcas, também trazer sugestões e poder conversar sobre formas de melhorar a carreira.”

O juiz Gustavo Montezuma, titular da 2ª Vara Criminal de Quixadá, considerou o evento inédito. “Eu estou no Tribunal há nove anos e não tinha visto em outras gestões, embora tivessem sido gestões profícuas, essa iniciativa de chamar os magistrados para conversar, para saber suas demandas. É um momento de empolgação, efetivamente, a gente percebe isso no rosto dos colegas aqui, todos muito felizes, empolgados e esperançosos de que esta Gestão será inédita no Tribunal e trará novos rumos, no sentido de engrandecer mais a jurisdição.”

São 30 anos de magistratura para o juiz Irandes Bastos Sales, da 2ª Turma Recursal. Durante o evento, ele também ressaltou o ineditismo do encontro. “Nos deparamos com uma Gestão em que o presidente tem um grande interesse de conversar com seus pares, e não me refiro só aos desembargadores dos colegiados, mas os juízes, que fazem parte do Poder Judiciário. O desafio é enorme e o presidente sabe disso, é um magistrado de carreira, que conhece as vísceras do Judiciário, capaz de perceber as agruras e celebrar os acertos.”

O presidente da Associação dos Magistrados do Ceará (ACM), juiz Hercy Alencar reforçou a necessidade de juízas e juízes falarem suas questões. “Existe uma sede enorme dos magistrados de serem ouvidos. É um momento descontraído, que você tem para poder reclamar, solicitar, ponderar, sugerir. E que esse encontro seja o primeiro de muitos que virão.”

 

CARNAPAZ

 

Um dos temas prioritários da atual Gestão é a violência contra a mulher. Por isso, durante o encontro, a desembargadora Vanja Fontenele, à frente da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência do Ceará, apresentou uma iniciativa de combate à violência doméstica que se inicia hoje e segue até o Carnaval, o Carnapaz. A magistrada mostrou a marchinha “Não Perca o Ritmo Acerte o Passo”, cantada pela servidora Jord Guedes. “Nós reunimos vários parceiros e pedimos a cada um uma colaboração. Tanto nos pré-carnavais gratuitos quanto nos particulares, a marchinha vai ser tocada nos intervalos de bandas. Além disso, haverá a distribuição de adesivos com a temática da violência doméstica”, informou.