Juíza decreta prisão de oito vereadores do município de Itarema
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- 28-06-2017
A juíza Kathleen Nicola Kilian, em respondência pela Comarca de Itarema, decretou a prisão preventiva de oito vereadores e um funcionário da câmara daquele município. Eles são acusados de desviar dinheiro público. Além disso, a magistrada também determinou a realização de 19 buscas e apreensões nas residências dos investigados, 34 afastamentos de cargos públicos e 32 conduções coercitivas para a viabilização da instrução criminal.
As medidas foram cumpridas, na manhã desta quarta-feira (28/06), por força-tarefa composta por equipes do Ministério Público do Estado (MP/CE) e da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará.
A juíza explicou que a decisão é “medida severa, mas necessária e adequada para coibir novas infrações penais por parte dos investigados e estancar a sangria dos cofres públicos, por estar constatada a habitualidade criminosa e a reiteração delitiva, com base em juízo fundado nas circunstâncias concretas dos crimes que constituem objeto da investigação”.
De acordo com os autos, no decorrer da “Operação Fantasma”, promovida pelo MP/CE de Itarema, teria sido evidenciado que alguns investigados recebiam dinheiro público que deveria ser destinado ao pagamento de seus assessores. Ainda durante a apuração, o Ministério Público constatou a existência de prova material de crimes de peculato e inúmeras lesões aos cofres públicos. A atuação dos envolvidos envolveria a contratação de servidores fantasmas com a apropriação ilegal de valores.
A investigação teve início após denúncias de uma pessoa que se sentiu prejudicada por não conseguir receber benefício previdenciário em razão de um suposto vínculo com a Câmara Municipal, que até então era desconhecido pela vítima.
Com o resultado das investigações iniciais, a juíza já havia decretado busca e apreensão de documentos, como livros de pontos, que comprovaram que várias pessoas haviam sido contratadas pela Câmara e recebiam salários sem comparecer ao prédio do legislativo municipal, como também o repasse de quantias remuneratórias para vereadores.
A magistrada destacou que crimes desta ordem devem ser “severamente apurados e reprimidos, evitando a disseminação na sociedade do sentimento de impotência e de injustiça, pois violam a confiança e a credibilidade das instituições públicas”.