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Judiciário estadual promove primeira oficina exclusiva para avós com demandas processuais

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O Poder Judiciário cearense, por meio do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania do Fórum Clóvis Beviláqua (Cejusc-FCB), realizou a primeira oficina temática exclusiva para avós. O objetivo principal da iniciativa foi propiciar reflexões acerca dos discursos e atitudes em relação aos outros familiares e àqueles que eventualmente estejam sob os cuidados dos avós.

Foram convidados para o evento dez avós com demandas processuais em casos que envolvem solicitações para a obtenção de guarda e alimento, ou ainda, para que haja a simples convivência com os netos. “A ideia da oficina é empoderar as famílias para que elas possam resolver os próprios problemas”, afirma a psicóloga responsável pelas Oficinas de Pais e Filhos do Setor Cidadania do Cejusc-FCB, Mônica Sant’Ana Mantini.

Durante toda a tarde, os participantes vivenciaram um momento de escuta e de aprendizados abrangendo temas como alienação parental, guarda compartilhada, desavenças familiares, conflito de gerações e a romantização da responsabilidade de criar uma criança. “A família é a célula fundamental e vital da sociedade, tem um papel nobre, único e fundamental na assistência, na prestação de cuidados e manutenção dos avós no contexto habitual. Além de fortalecer o lugar dos avós, principalmente quando estes também figurarem como cuidadores ou responsáveis da criança ou do adolescente, a oficina propicia acolhimento, um espaço de escuta, por muitos sentirem o peso dessa responsabilidade, afetando até a saúde deles”, explica a psicóloga.

A oficina possibilitou aos participantes a reflexão por meio de dinâmicas de grupo

Para ela, em um contexto de aumento da quantidade de divórcios na sociedade, os avós podem ser uma influência tranquilizadora. “A questão aqui não é saber quem está certo ou errado. Não é esse o objetivo das oficinas. É só para refletir o que pode ser feito nessas situações”, reforça.

A proposta é que o momento de reflexão ocorra antes das audiências mas, assim como as mediações, pode acontecer também após ou durante os processos. Tatiana Maciel é integrante de uma associação que reúne avós afastados dos netos em todo o Brasil e participou da oficina no FCB. “A oficina foi maravilhosa, não deixou nada a desejar. Com certeza voltarei, formarei grupos aqui no Fórum para ajudar não só a mim, mas também outras pessoas que precisam. Aqui existem muitas pessoas carentes que não sabiam, por exemplo, o que era alienação parental e foi esclarecido neste curso de hoje. Nós já passamos dos 60 anos e não sabemos mais quanto tempo de vida nós temos para conviver com nossos netos”, relata Tatiana, ao elogiar a iniciativa.

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